França condena massacre de aldões nos Camarões
Paris, França (PANA) - A porta-voz do Ministério francês dos Negócios Estrangeiros condenou o massacre ocorrido sexta-feira última, numa aldeia do noroeste camaronês, apelando ao mesmo tempo às autoridades para esclarecer esta tragédia.
"Condenamos a violência que causou a morte de um grande número de habitantes duma aldeia da província do noroeste dos Camarões, dos quais várias crianças. Apresentamos as nossas condolências às famílias das vítimas bem como ao povo camaronês.
"Desejamos que toda a luz seja feita sobre este acontecimento trágico e que os responsáveis respondam em tribunal pelos seus atos”, declarou esta semana, em conferência de imprensa, Agnès von der Mühll, diretora da Comunicação e Imprensa, porta-voz do Quai d’Orsay (Ministério francês dos Negócios Estrangeiros).
Além do Governo francês, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Dieitos Humanos, apelou ao Governo camaronês para abrir um inquérito "independente, imparcial e completo”, e o secretário de Estado norte-americano para os Assuntos Africanos também pediu aos Camarões para autorizar “um inquérito independente, garantir a proteção das testemunhas e levar os culpados à Justiça”.
A aldeia do departamento de Donga-Mantung, uma província povoada pela minoria anglófona no noroeste dos Camarões, foi objeto sexta-feira última de um massacre de 22 civis, dos quais 14 crianças e várias mulheres na sequência de confrontos entre forças de segurança camaronesas e rebeldes secessionistas.
A oposição camaronesa e várias pessoas interrogadas por Organizações Não Governamentais(ONG) acusaram militares camaroneses de estar na origem deste massacre mas o Governo desmentiu estas afirmações falando pelo contrário dum “acidente trágico” após confrontos entre o Exército e os rebeldes.
-0- PANA BM/BEH/FK/IZ 20fev2020