PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde pretende proteger tubarões
Praia, Cabo Verde (PANA) - A Direção Geral do Ambiente de Cabo Verde anunciou esta sexta-feira, na cidade da Praia, que vai introduzir este ano um plano nacional de conservação de tubarões, espécie que pode estar ameaçada devido à sua pesca desenfreada nos mares do arquipélago, soube a PANA na capital cabo-verdiana de fonte oficial.
A elaboração deste plano de conservação surge na sequência de críticas de algumas associações de proteção ambiental, que denunciam a captura em grande quantidade de tubarões por parte de embarcações estrangeiras na Zona Económica Exclusiva (ZEE) do arquipélago.
O plano, que está a ser elaborado em parceria com o Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP), irá fazer um diagnóstico da situação da espécie e levar as autoridades a tomarem medidas especiais que, em caso de risco da espécie, poderão incluir uma restrição da captura do tubarão.
A Biosfera I, associação de defesa do ambiente com sede no Mindelo, na ilha de São Vicente, tem sido uma das mais ativas na denúncia da captura desenfreada desta espécie depredadora, sobretudo por barcos europeus que pescam nestas águas, ao abrigo do acordo de pesca que a União Europeia assinou com Cabo Verde.
A associação ambiental considera que os barcos da UE que estão a pescar em Cabo Verde não o fazem pelo atum, mas sim pelo tubarão.
"Temos vindo a investigar esses barcos europeus e mesmo junto a pescadores cabo-verdianos que trabalham nessas embarcações e constatámos que a pesca que têm feito é de tubarões, sendo que o atum, a espécie que deveriam pescar, representa apenas uma ínfima parte do seu pescado", denunciou o presidente da associação, José Melo.
A Biosfera I tem vindo também a denunciar o desembarque no Porto Grande de São Vicente de grande quantidade de tubarões capturados, sobretudo por barcos espanhóis, sem que as autoridades competentes tomem medidas para pôr cobro a uma situação que coloca em risco o equilíbrio ambiental nos mares de Cabo Verde.
No entender da associação, o último acordo de pesca assinado, há cerca de dois anos, entre a UE e Cabo Verde, e que permite que 84 navios europeus capturem cinco mil toneladas de atum por ano, não tem sido cumprido.
"Para provar que estes pescadores não querem o atum, há relatos de que a pouca quantidade que estes apanham é vendida, a cerca de dois euros, às vendedeiras do mercado de peixe de São Vicente. O interesse deles é o tubarão, mais concretamente as barbatanas, que no último mês custava no mercado internacional cerca de 300 euros por quilo", elucida José Melo.
Para a Biosfera I, uma das principais consequências apontadas dessa pesca ilegal é a ameaça à fauna marinha de Cabo Verde.
"Eles estão a capturar o tubarão que é tido como controlador-mor do ecossistema marinho”, esclarece José Melo, precisando que o tubarão “é um dos responsáveis pelos cardumes de outras espécies, especialmente cavala, que representa um dos nossos sustentos, mantendo a salubridade dos mares porque captura na maioria animais feridos e doentes".
Em novembro do ano passado, uma equipa da Biosfera I esteve em Bruxelas para participar numa mesa redonda sobre as políticas da União Europeia para a pesca, principalmente nos países africanos.
O convite para a participação da associação surgiu na sequência do documentário realizado entre 2011 e 2012 em Cabo Verde por esta ONG e que se referia a diversos problemas ambientais como a extração ilegal de areia nas praias, a captura de tartarugas e a pesca insustentável.
Nesse encontro, a associação apresentou Cabo Verde como um exemplo da pesca insustentável de tubarões pelos barcos da UE.
Esse encontro, em que estiveram representantes da ONU, da GreenPeace, do Fundo Mundial da Vida Selvagem (WWF), da Ocean 2012 e mais 300 convidados, teve como objectivo pressionar o Parlamento Europeu a rever a política da União Europeia sobre a pesca, principalmente nos países africanos.
-0- PANA CS/TON 19abril2013
A elaboração deste plano de conservação surge na sequência de críticas de algumas associações de proteção ambiental, que denunciam a captura em grande quantidade de tubarões por parte de embarcações estrangeiras na Zona Económica Exclusiva (ZEE) do arquipélago.
O plano, que está a ser elaborado em parceria com o Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP), irá fazer um diagnóstico da situação da espécie e levar as autoridades a tomarem medidas especiais que, em caso de risco da espécie, poderão incluir uma restrição da captura do tubarão.
A Biosfera I, associação de defesa do ambiente com sede no Mindelo, na ilha de São Vicente, tem sido uma das mais ativas na denúncia da captura desenfreada desta espécie depredadora, sobretudo por barcos europeus que pescam nestas águas, ao abrigo do acordo de pesca que a União Europeia assinou com Cabo Verde.
A associação ambiental considera que os barcos da UE que estão a pescar em Cabo Verde não o fazem pelo atum, mas sim pelo tubarão.
"Temos vindo a investigar esses barcos europeus e mesmo junto a pescadores cabo-verdianos que trabalham nessas embarcações e constatámos que a pesca que têm feito é de tubarões, sendo que o atum, a espécie que deveriam pescar, representa apenas uma ínfima parte do seu pescado", denunciou o presidente da associação, José Melo.
A Biosfera I tem vindo também a denunciar o desembarque no Porto Grande de São Vicente de grande quantidade de tubarões capturados, sobretudo por barcos espanhóis, sem que as autoridades competentes tomem medidas para pôr cobro a uma situação que coloca em risco o equilíbrio ambiental nos mares de Cabo Verde.
No entender da associação, o último acordo de pesca assinado, há cerca de dois anos, entre a UE e Cabo Verde, e que permite que 84 navios europeus capturem cinco mil toneladas de atum por ano, não tem sido cumprido.
"Para provar que estes pescadores não querem o atum, há relatos de que a pouca quantidade que estes apanham é vendida, a cerca de dois euros, às vendedeiras do mercado de peixe de São Vicente. O interesse deles é o tubarão, mais concretamente as barbatanas, que no último mês custava no mercado internacional cerca de 300 euros por quilo", elucida José Melo.
Para a Biosfera I, uma das principais consequências apontadas dessa pesca ilegal é a ameaça à fauna marinha de Cabo Verde.
"Eles estão a capturar o tubarão que é tido como controlador-mor do ecossistema marinho”, esclarece José Melo, precisando que o tubarão “é um dos responsáveis pelos cardumes de outras espécies, especialmente cavala, que representa um dos nossos sustentos, mantendo a salubridade dos mares porque captura na maioria animais feridos e doentes".
Em novembro do ano passado, uma equipa da Biosfera I esteve em Bruxelas para participar numa mesa redonda sobre as políticas da União Europeia para a pesca, principalmente nos países africanos.
O convite para a participação da associação surgiu na sequência do documentário realizado entre 2011 e 2012 em Cabo Verde por esta ONG e que se referia a diversos problemas ambientais como a extração ilegal de areia nas praias, a captura de tartarugas e a pesca insustentável.
Nesse encontro, a associação apresentou Cabo Verde como um exemplo da pesca insustentável de tubarões pelos barcos da UE.
Esse encontro, em que estiveram representantes da ONU, da GreenPeace, do Fundo Mundial da Vida Selvagem (WWF), da Ocean 2012 e mais 300 convidados, teve como objectivo pressionar o Parlamento Europeu a rever a política da União Europeia sobre a pesca, principalmente nos países africanos.
-0- PANA CS/TON 19abril2013