7.000 casos de violência conjugal na Tunísia durante confinamento
Túnis, Tunisia (PANA) - A Tunísia registou sete mil casos de violência contra as mulheres durante o confinamento sanitário geral imposto contra a propagação do novo coronavírus (covid-19), anunciou esta terça-feira a ministra da Justiça, Thoraya Jribi.
Segundo a a governante, a Procuradoria-Geral da República recebeu apenas 164 queixas em todo o país.
Jribi falava durante um debate sobre "a luta contra a violências contra as mulheres e raparigas, a face oculta da pandemia do corovnavírus", num colóquio internacional realizado, em Túnis, sobre "os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a natureza do sistema social".
"A informações disponíveis sobre a questão não reflete a realidade sobre a violência contra as mulheres, apesar de serem aterradoras", disse a ministra, lamentando o facto de não terem sido instaurados processos judiciais contra os perpetradores, dos quais apenas 138 casos foram levados à Justiça.
Para Thoraya Jribi, a luta contra a violência feita às mulheres está essencialmente ligadas à consagração da dignidade merecida pelas mulheres, no quadro do sistema de defesa dos direitos humanos.
Segundo ela, "a proliferação da pandemia contribuiu para um aumento dos casos, consecutivamente ao confinamento sanitário e conjugal por longos períodos, bem como as pressões económicas, o que levou a um aumento aterrador dos casos de violência conjugal".
A pandemia revelou a natureza precária das relações conjugais, daí o termo "pandemia sombra", um termo utilizado por especialistas em direitos humanos em geral, e por especialistas em direitos das mulheres em particular, para descrever a violência contra as mulheres durante os períodos de bloqueio sanitário no Mundo, explicou.
-0- PANA YY/IN/JSG/SOC/DIM/IZ 12agosto2020