356 refugiados burundeses repatriados da Tanzânia
Bujumbura, Burundi (PANA) – Quase 356 refugiados burundeses da crise eleitoral de 2015, dos quais 234 homens e 122 mulheres, começaram quarta-feira a regressar às suas províncias de origem, na sequência do seu repatriamento da vizinha Tanzânia, noticiou a rádio pública.
Mais de 500 mil Burundeses deixaram o país por recear pelas suas vidas no início da crise pós-eleitoral de 2015.
Até 31 de dezembro de 2019, cerca de 300 mil Burundeses estavam no exílio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
A anterior crise eleitoral de 1993 levou mais de um milhão de Burundeses ao exílio.
Este ano, as previsões do ACNUR apostam num rapatriamento assistido de pelo menos 50 mil refugiados burundeses da Tanzânia.
Estas previsões dependerão no entanto do clima sociopolítico neste ano eleitoral que é alimentado de novo por inquietações, no Burundi, notam os observadores.
Em 2019, as cifras oficiais davam conta de 21 mil 197 refugiados repatriados da Tanzânia, o país da sub-região que suporta o maior número de pedintes do asilo burundeses, alguns desde 1972, ano de uma anterior guerra civil, no Burundi.
Os refugiados de outros países da sub-região como o Rwanda, o Uganda e a República Democrática do Congo (RDC) estão pelo contrário reticentes em regressar à sua pátria, apesar das garantias de segurança várias vezes reafirmadas pelo poder burundês.
Sobre a sua reinserção, o ACNUR e seus parceiros, nomeadamente o Programa Alimentar Mundial (PAM), fornecem geralmente um kit de retorno de bens alimentares para os três primeiros meses, uma subvenção financeira e artigos não alimentares.
Os repatriados beneficiam ainda de uma ajuda para a obtenção de novos documentos de estado civil e de identidade em caso de necessidade.
-0- PANA FB/BEH/FK/IZ 12março2020