Grupos armados e movimentos terroristas acusados de violência sexual no Mali
Bamako, Mali (PANA) - Alguns grupos armados e movimentos terroristas têm perpetrado a violência sexual, nomeadamente no norte e no centro do Mali, de acordo com um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre estas atrocidades.
Em 2018, a Missão Integrada Multidimensional das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA) relatou casos verificados de violência sexual cometida por grupos armados não estatais, em Ménaka (norte), mas também noutras regiões tais como Mopti (centro), Kidal (extremo norte), Tombouctou (nordeste) e Gao (norte).
"Dos 22 incidentes assinalados (02 violações e 20 violações coletivas), 12 ocorreram em Gao, cinco em Mopti, quatro em Tombouctou e uma em Ménaka. As sobreviventes incluíam 13 mulheres e nove raparigas", relata a Missão onusina.
Já em 2017, a Cruz Vermelha chamou a atenção para a situação preocupante no Mali, indicando que a violência baseada no género, incluindo a violência sexual, aumentou 33 por cento entre 2016 e 2017.
Daí a necessidade de um envolvimento de todos, nomeadamente em termos de sensibilização e justiça para as vítimas a fim de travar o fenómeno.
Um relatório do Secretário-Geral das Nações Unidas dedicado à violência sexual, publicado em março de 2019, fez soar o alarme sobre a questão.
A ONU afirma ter observado violência sexual relacionada com conflitos em 19 países onde as informações foram consideradas credíveis e verificáveis.
Com efeito, em muitos países afetados por conflitos, os dados sobre esta forma de violência sexual não estão facilmente disponíveis nem são verificáveis.
Entre os países abrangidos pelo relatório da Organização das Nações Unidas de 2019 contam-se o Afeganistão, a República Centro-Africana, a Colômbia, a República Democrática do Congo e a Líbia.
-0- PANA GT/JSG/DIM/IZ 23junho2020