União Africana exige "estrito respeito" da Constituição na Tunísia
Addis Abeba, Etiópia (PANA) - O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, apelou para o "respeito estrito" da Constituição tunisina, depois que o Presidente Kais Saed suspendeu o Parlamento e demitiu o primeiro-ministro e vários ministros, após as violentas manifestações de domingo passado.
De acordo com um comunicado da União Africana, Mahamat teve uma conversa por telefone com o ministro das Relações Exteriores da Tunísia, a quem exprimiu a necessidade da manutenção da paz, a rejeição de todas as formas de violência e a promoção do diálogo político para resolver os problemas apresentados e "responder às legítimas aspirações do povo tunisino, especialmente da sua juventude".
Mahamat acompanha de perto a situação na Tunísia, de acordo com o comunicado.
O Presidente Saied demitiu o primeiro-ministro Hichem Mechichi, o ministro da Defesa Brahim Bartagi e o ministro interino da Função Pública e da Justiça, Hasna Ben Slimane, e impôs um recolher obrigatório, depois da manifestações violentas.
O presidente do Parlamento, Ranched Ghanouchi, que também é o líder do movimento islâmico Ennhadha, denunciou as decisões tomadas pelo Presidente Saied, que qualificou de "golpe" e uma violação das disposições da Constituição.
Os Estados Unidos, as Nações Unidas, a União Europeia, a Rússia, a Líbia, a Liga Árabe e as organizações de direitos humanos também apelaram para o diálogo e o respeito pelo Estado de Direito na Tunísia.
A Amnistia Internacional (AI), organização internacional de defesa dos direitos humanos, exprimiu o seu descontentamento público com a resposta do Governo à crise da covid-19 e à campanha de vacinação.
A AI também observou que a Tunísia atravessa uma caótica transição democrática desde a destituição de Zine el Abidine Ben Ali, que governou o país por muito tempo, em 2011, durante a Primavera Árabe.
-0- PANA MA/NFB/JSG/MAR/IZ 28julho2021