UA muito preocupada com insegurança no leste da RD Congo
Addis Abeba, Etiópia (PANA) - A Comissão da União Africana (CUA) exprimiu a sua extrema preocupação face à deterioração da situação de segurança nas províncias do leste da RD Congo, onde novos combates ocorreram entre as forças governamentais e rebeldes do M23, soube a PANA de fonte oficial.
O Presidente em exercício da UA e Presodente do senegalês, Macky Sall, e o presidente da CUA, Moussa Faki Mahamat, apelaram, no último fim semana, numa declaração conjunta, a todas as partes para instaurarem um cessar-fogo imediato, respeitarem o Direito Internacional, a segurança dos civis e a estabilidade nas fronteiras de todos os países da região.
Exortaram todas as partes em conflito para se empreender um "diálogo construtivo” no seio do mecanismo existente do Quadro de Paz, Segurança e Cooperação da UA para a RDC e a região, do diálogo de paz inter-congolês da Comunidade da África Oriental (CEA).
Para o efeito, apelaram a todas as partes para participarem de boa fé no terceiro diálogo de paz inter-congolês que se realizará de 4 a 13 de novembro de 2022, indicou o comunicado.
Exprimiram igualmente o seu apoio total ao roteiro de Luanda que visa normalizar as relações políticas entre a RDC e o Rwanda.
Sublinharam que as iniciativas da UA, da CEA e da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) são complementares e que se reforçam mutuamente.
A UA encorajou o Presidente angolano, João Lourenço, na sua missão de facilitador de um diálogo construtivo entre a RDC e o Rwanda.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, reuniu-se, no último fim de semana, com o Presidente angolano para discutir sobre a situação atual no leste congolês.
De acordo com uma declaração do seu porta-voz, o Presidente Lourenço informou o SG da ONU que ia enviar à RDC o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Tete António.
"O Secretário-Geral tenciona avistar-se com urgência com os Presidentes Félix Tshisekedi da RDC e Paul Kagame do Rwanda”, precisou o comunicado.
O Presidente rwandês publicou, num twitter, no último fim de semana, ter tido uma "boa discussão” com António Guterres sobre o conflito no leste congolês.
“Nós temos os meios de acalmar a situação e resolver os problemas de maneira pacífica baseando-nos nos esforços de Nairobi (Quénia), Luanda (Angola) e de outras organizações internacionais. Nós devemos apenas nos comprometer a aplicá-los", frisou.
Combates provocaram tensões diplomáticas entre a RDC e o Rwanda, pois o primeiro acusa o segundo de apoiar rebeldes que ocuparam várias localidades na província de Kivu-Norte, leste congolês.
Combatentes do M23 terão continuado a ocupar várias aldeias em Kivu-Norte, isolando Goma, a capital da referida província.
A RDC expulsou o embaixador rwandês, Vincent Karenga, indicou sábado último o porta-voz do Governo congolês, Patrick Muyaya, numa declaração na Televisão Nacional.
-0- PANA MA/MTA/IS/FK/DD 31out202