Agência Panafricana de Notícias

Operação de estabilização do Mali pode durar muito mais tempo, segundo UA

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – A estabilização do Mali poderá durar muito tempo e a cooperação regional é necessária para impedir os insurretos armados de se refugiarem em aldeias, segundo uma declaração final da XX cimeira da União Africana (UA) feita segunda-feira em Addis Abeba.

Segundo o comissário da UA para a Paz e Segurança, Ramtane Lamamra, as tropas enviadas ao Mali fazem parte duma ofensiva visando restabelecer a autoridade do Estado no norte do país, mas uma missão de estabilização é essencial.

"Trata-se da fase ofensiva, mas uma fase de estabilização poderá demorar muito tempo", declarou Lamamra à imprensa em Addis Abeba relativamente ao desdobramento em curso da Missão Internacional de Apoio ao Mali (MISMA) sob liderança africana.

"Os terroristas terão acesso às montanhas. É preciso prever esta situação. Eles fazem parte do crime internacional organizado", observou Lamamra , acrecentando que isto lhes dá a possibilidade de lançar ataques esporádicos.

O comissário africano considera que esta situação exige a cooperação de toda a região.

A Cimeira da UA, encerrada segunda-feira, advogou uma cooperação regional, nomeadamente em matéria de recolha de informações, para parar o avanço dos rebeldes, bem como a realização duma série de reuniões com autoridades malianas a fim de facilitar o controlo das fronteiras.

A conferência adotou uma «Declaração Solene » sobre o Mali, condenando as ações dos insurretos e os sofrimentos que eles continuam a infligir à população civil, nomeadamente a destruição de monumentos religiosos.

Na sua declaração final sobre o Mali, a Cimeira autorizou o desdobramento de especialistas dos direitos humanos no seio da MISMA para controlar qualquer violação dos direitos humanos.

Ibrahima Kane, militante internacional dos direitos humanos, saudou a decisão da UA de autorizar o envio de observadores dos direitos humanos ao Mali.

No entanto, peritos receiam que a ofensiva em curso, que permitiu a reconquista de várias cidades e aldeias malianas ocupadas por insurretos, os leve a passar na clandestinidade, donde eles possam lançar uma guerrilha.

-0- PANA AO/SEG/NFB/JSG/IBA/FK/DD 30jan2013