PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde estima ter cerca de 80% da população com acesso à água potável
Praia, Cabo Verde (PANA) - A Agência Nacional de Água e Saneamento (ANSA) de Cabo Verde estima ter cerca de 80 porcento da população do arquipélago com acesso à água potável.
Segundo o administrador da ANAS, Inácio Pereira, um dos grandes projetos que deve contribuir para aumentar a taxa de cobertura está em curso em toda a ilha de Santiago, a maior e mais populosa do arquipélago, e visa aumentar a produção e as redes de distribuição.
Trata-se de um projeto financiado pela cooperação japonesa no valor de 150 milhões de euros que irá fazer com que, em 2020, a ilha de Santiago venha a ter uma produção capaz de abastecer toda a população.
Além deste projeto, há outros em curso em vários pontos do país, que deverão melhorar a cobertura. A estimativa é que, com a sua conclusão em 2020, a taxa de cobertura aumente dos 66 para mais de 80 porcento, segundo Inácio Pereira.
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados no ano passado, indicam que 62,4 porcento da população de Cabo Verde já tem acesso à rede pública de água.
Porém, 15,4 porcento ainda se abastece em chafarizes, 5,6 porcento em autotanques e 7,3 porcento através das fontes de água dos vizinhos, enquanto 9,3 porcento da população ainda recorre a poços, levadas e outras fontes de abastecimento.
O INE avança ainda que, em termos de população com acesso à rede pública de distribuição de água, os números são mais expressivos no meio urbano que atinge 67,6 porcento dos habitantes, enquanto no meio rural a taxa baixa para 52,1 porcento.
Entretanto, na sua mensagem alusiva ao Dia Mundial da Água, que se assinala a 22 de março, o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, defende a implementação da tarifa social da água, uma medida prevista no Orçamento do Estado referente ao ano em curso.
O chefe de Estado cabo-verdiano refere que hoje são explorados 40 milhões de metros cúbicos de água subterrânea por ano, de uma reserva calculada em 60 milhões e admite-se que as necessidade de desenvolvimento demandarão, proximamente, cerca de 90 milhões de metros cúbicos por ano.
Nesta perspetiva, disse, transformar a água, em nome da eficiência contabilística, ou mesmo económica, numa mercadoria disponibilizada através do mecanismo do mercado compromete, no contexto cabo-verdiano, os objetivos da equidade e do desenvolvimento social de uma parte importante da população, ao condicionar o acesso à água ao poder de compra das famílias.
“Em todo caso, a aplicação do mecanismo do mercado na gestão da água, em Cabo Verde, não é possível sem que haja uma tarifa social cujo custo é assumido pela proporção da população urbana mais abastada”, defendeu.
O Presidente Carlos Fonseca Verde defende ainda uma distribuição da água mais equitativa entre o meio rural e urbano, por um lado, e entre os bairros degradados e aqueles onde a "opulência é exposta", por outro.
“Na verdade, a equidade na distribuição da água é tão imperativa como o dever da construção da paz social no nosso país”, ressaltou.
No contexto cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca considera que é preciso conciliar a promoção do turismo enquanto atividade económica eleita “pilar” da economia com uma distribuição da água equitativa entre as unidades hoteleiras e a população local.
“Aqui o Poder Público deve assegurar a melhoria do acesso da população à água potável e o combate ao desperdício”, lê-se na mensagem.
Jorge Carlos Fonseca, juntamente com outros líderes mundiais, incluindo os homólogos do Brasil, Michel Temer; da Hungria, János Áder; do Senegal, Macky Sall, entre outros, está na capital brasileira a participar num fórum de 18 a 23 de março, que coincide com o Dia Mundial da Água, assinalado a 22 de março, e este ano tem com o tema “A resposta está na natureza”.
De acordo com o Conselho Mundial da Água (CMA), organizador do evento, na intervenção de Jorge Carlo Fonseca ele fez saber que as medidas que Cabo Verde empreendeu para atenuar a seca em Cabo Verde possibilitaram reduzir a fome no arquipélago.
O CMA refere ainda que Fonseca lembrou que “o acesso a água potável é um direito de todo o ser humano e por causa disso o mesmo não deve ser condicionado ao poder económico, militar nem ao poder do mercado”.
-0- PANA CS/IZ 23março2019
Segundo o administrador da ANAS, Inácio Pereira, um dos grandes projetos que deve contribuir para aumentar a taxa de cobertura está em curso em toda a ilha de Santiago, a maior e mais populosa do arquipélago, e visa aumentar a produção e as redes de distribuição.
Trata-se de um projeto financiado pela cooperação japonesa no valor de 150 milhões de euros que irá fazer com que, em 2020, a ilha de Santiago venha a ter uma produção capaz de abastecer toda a população.
Além deste projeto, há outros em curso em vários pontos do país, que deverão melhorar a cobertura. A estimativa é que, com a sua conclusão em 2020, a taxa de cobertura aumente dos 66 para mais de 80 porcento, segundo Inácio Pereira.
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados no ano passado, indicam que 62,4 porcento da população de Cabo Verde já tem acesso à rede pública de água.
Porém, 15,4 porcento ainda se abastece em chafarizes, 5,6 porcento em autotanques e 7,3 porcento através das fontes de água dos vizinhos, enquanto 9,3 porcento da população ainda recorre a poços, levadas e outras fontes de abastecimento.
O INE avança ainda que, em termos de população com acesso à rede pública de distribuição de água, os números são mais expressivos no meio urbano que atinge 67,6 porcento dos habitantes, enquanto no meio rural a taxa baixa para 52,1 porcento.
Entretanto, na sua mensagem alusiva ao Dia Mundial da Água, que se assinala a 22 de março, o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, defende a implementação da tarifa social da água, uma medida prevista no Orçamento do Estado referente ao ano em curso.
O chefe de Estado cabo-verdiano refere que hoje são explorados 40 milhões de metros cúbicos de água subterrânea por ano, de uma reserva calculada em 60 milhões e admite-se que as necessidade de desenvolvimento demandarão, proximamente, cerca de 90 milhões de metros cúbicos por ano.
Nesta perspetiva, disse, transformar a água, em nome da eficiência contabilística, ou mesmo económica, numa mercadoria disponibilizada através do mecanismo do mercado compromete, no contexto cabo-verdiano, os objetivos da equidade e do desenvolvimento social de uma parte importante da população, ao condicionar o acesso à água ao poder de compra das famílias.
“Em todo caso, a aplicação do mecanismo do mercado na gestão da água, em Cabo Verde, não é possível sem que haja uma tarifa social cujo custo é assumido pela proporção da população urbana mais abastada”, defendeu.
O Presidente Carlos Fonseca Verde defende ainda uma distribuição da água mais equitativa entre o meio rural e urbano, por um lado, e entre os bairros degradados e aqueles onde a "opulência é exposta", por outro.
“Na verdade, a equidade na distribuição da água é tão imperativa como o dever da construção da paz social no nosso país”, ressaltou.
No contexto cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca considera que é preciso conciliar a promoção do turismo enquanto atividade económica eleita “pilar” da economia com uma distribuição da água equitativa entre as unidades hoteleiras e a população local.
“Aqui o Poder Público deve assegurar a melhoria do acesso da população à água potável e o combate ao desperdício”, lê-se na mensagem.
Jorge Carlos Fonseca, juntamente com outros líderes mundiais, incluindo os homólogos do Brasil, Michel Temer; da Hungria, János Áder; do Senegal, Macky Sall, entre outros, está na capital brasileira a participar num fórum de 18 a 23 de março, que coincide com o Dia Mundial da Água, assinalado a 22 de março, e este ano tem com o tema “A resposta está na natureza”.
De acordo com o Conselho Mundial da Água (CMA), organizador do evento, na intervenção de Jorge Carlo Fonseca ele fez saber que as medidas que Cabo Verde empreendeu para atenuar a seca em Cabo Verde possibilitaram reduzir a fome no arquipélago.
O CMA refere ainda que Fonseca lembrou que “o acesso a água potável é um direito de todo o ser humano e por causa disso o mesmo não deve ser condicionado ao poder económico, militar nem ao poder do mercado”.
-0- PANA CS/IZ 23março2019