África defende compromissos e investimentos para produção de alimentos nutritivos
Bruxelas, Bélgica (PANA) - A União Africana (UA) considera necessários compromissos e investimentospara se produzir alimentos mais nutritivos com menos água, assegurando assim uma produção alimentar mais ecológica e sustentável, soube a PANA de fonte oficial.
A posição da UA foi manifestada quinta-feira última em Bruxelas pela sua comissária para a Aricultura, Desenvolvimento Rura, Economa Azul e Ambiente sustentávek, Josefa Correia Sacko que sublinhou esta necessidade a fim de se alcançar uma segurança alimentar e nutricional global.
Para Josefa Sacko, que intervinha na 36.ª sessão anual do fórum de “Crans Montana”, sob o lema "Enfrentar múltiplas crises, o mundo em busca do seu futuro", são precisas grandes mudanças na política e na gestão, em toda a cadeia de produção agrícola para se garantir a melhor utilização dos recursos hídricos disponíveis e satisfazer a procura crescente de alimentos e de outros produtos agrícolas.
A diplomata angolana assegurou que, embora África tenha iniciado um vasto crescimento económico, não consegue aproveitar os seus recursos hídricos para promover um crescimento de alta qualidade de desenvolvimento sustentável e reduzir a pobreza.
“ Um enorme défice de infraestruturas, de financiamento e de capacidade institucional dificulta a segurança da água em África e afeta diretamente a qualidade de vida de milhões de africanos”, lamentou.
Salientou que os défices infraestruturais e financeiros são acompanhados de muitos outros desafios, como a segurança da água, incluindo a extrema variabilidade espacial e temporal da precipitação, agravada pelas alterações climáticas.
Estes fatores são agravados pela exiguidade de espaços, pela crescente escassez e pela diminuição das massas de água e pela desertificação, segundo a comissária da UA.
Acrescentou ao leque o aumento da procura deste liquido e a necessidade cada vez maior gestão das lamas fecais e dos resíduos sólidos e líquidos devido ao rápido crescimento demográfico.
Segundo ela, para se alcançar uma segurança alimentar e nutricional global, são necessários compromissos e investimentos, a fim de se concentrar nas capacidades humanas e no quadro institucional, reforçando assim a responsabilidade pela gestão da água e aumentando simultaneamente a apropriação e participação dos utilizadores.
“Isto vai servir para melhorar a cadeia de valor para uma reciclagem eficiente da água e dos alimentos ao longo da produção, o manuseamento pós-colheita, a transformação, a venda a retalho, o consumo, a distribuição e ocomércio”, prosseguiu a diploma, frisando que a sua posição está em consonância com a agenda e as prioridades de África.
Consta das soluções inovadoras que a UA advoga a resiliência e o ambiente, a biodiversidade, a redução do risco de catástrofes, a resiliência climática para recursos hídricos e a cooperação transfronteiriça e internacional no domínio da água, do planeamento e da gestão multissetoriais, incluindo a cooperação científica na Agenda 2030.
A UA, em conformidade com a sua Agenda 2063 e os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, reconhece o papel e a importância da água para se alcançar a segurança alimentar, o desenvolvimento sustentável, os ecossistemas alimentares, a economia circular da água.
Estas soluções, a seu ver, baseiam-se na natureza e nas abordagens mais ecológicas.
Na sequência da Conferência das Nações Unidas sobre a água de 2023, a UA está pronta para garantir que os seus respetivos diálogos estejam alinhados especialmente com áreas temáticas interligadas com os sistemas alimentares, nomeadamente a água potável e segura para saúde e o saneamento básico, deu a conhecer Josefa Sacko.
-0- PANA JF/DD 27junho2024