ONU e UA condenam golpe de Estado no Níger
Nova Iorque, EUA (PANA) - As Nações Unidas e a União Africana (UA) uniram-se na condenação da tentativa de golpe de Estado de quarta-feira no Níger, depois de a guarda presidencial ter detido o Presidente Mohamed Bazoum e bloqueado na sua residência, bem como os principais ministérios.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou veementemente qualquer tentativa de tomada do poder pela força e de minar a governação democrática, a paz e a estabilidade no Níger.
Um comunicado emitido por Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral, disse que o chefe da ONU estava "acompanhando de perto a situação no Níger".
O Dujarric disse que "o secretário-geral pede a todos os atores envolvidos que exerçam moderação e assegurem a proteção da ordem constitucional".
O presidente da Comissão da União Africana (AUC), Moussa Faki Mahamat, disse ter sido informado de uma tentativa de alguns militares de minar a estabilidade das instituições democráticas e republicanas no Níger, o que equivale a uma tentativa de golpe.
Num comunicado, ele disse que condena veementemente tais atos dos militares "agindo em total traição ao seu dever republicano".
Ele instou-os a parar imediatamente com estas ações inaceitáveis.
O Faki Mahamat também convocou o povo do Níger, todos os seus irmãos em África, particularmente dentro da CEDEAO, e ao redor do mundo, para unir suas vozes na condenação unânime desta tentativa de golpe, e para o retorno imediato e incondicional dos soldados criminosos no seu quartel.
Uma declaração da Comissão da CEDEAO diz que o órgão sub-regional recebeu a notícia de uma tentativa de golpe no Níger com "choque e consternação".
Ela acrescentou: “A CEDEAO e a comunidade internacional responsabilizarão todos os envolvidos na trama pela segurança do Pesidente, a sua família, os membros do governo e o público em geral, alertou a CEDEAO.
A imprensa informa que o atual Presidente Mohammed Issoufou e outros ex-líderes estão envolvidos em negociações destinadas a evitar que a situação se agrave.
Os países vizinhos o Mali e o Burkina Faso sofreram golpes militares nos últimos anos, na sequência de crescentes insurgências jihadistas que desestabilizaram toda a região.
A ONU disse que dois grupos militantes aliados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico operam no próprio Níger, um tendo cruzado a fronteira com o Mali oito anos atrás e o outro a partir de uma base no nordeste da Nigéria.
Quatro golpes ocorreram desde que o Níger conquistou a independência de França em 1960, o último em 2010
-0- PANA MA/RA/BAI/JSG/MAR 27julho2023