PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Ministro cabo-verdiano da Cultura vence prémio literário em Portugal
Praia, Cabo Verde (PANA) - O escritor e ministro da Cultura de Cabo Verde, Mário Lúcio Sousa, recebeu, domingo, na cidade de Coimbra (Portugal), o Prémio Literário Miguel Torga, que se destina a distinguir um escritor “português ou de língua oficial portuguesa” autor de obras de fição nas categorias de romance, novela e conto, apurou a PANA de fonte segura.
A decisão do júri de distinguir Mário Lúcio Sousa, que concorreu ao prémio com a obra inédita “Biografia do Língua” e sob o pseudónimo Mar, “foi tomada por unanimidade” pelos membros do júri do concurso deste prémio que visa “estimular a criação literária e o aparecimento de novos autores”.
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, entidade que promove o Prémio Migual Torga, considerou que a atribuição do galardão a um autor cabo-verdiano testemunha a importância da cidade no “reforço dos laços” de Portugal “com aquele país irmão” e com os restantes Estados lusófonos.
“Coimbra é uma cidade da lusofonia e aberta ao mundo”, acrescentou o presidente da Câmara de Coimbra, em cuja universidade estudam atualmente cerca de 100 alunos oriundos de Cabo Verde.
Mário Lúcio Sousa, que foi o primeiro vencedor não português do Prémio Miguel Torga, recebeu um prémio pecuniário de cinco mil euros, cabendo à autarquia de Coimbra assegurar a edição da obra vencedora.
Durante a sessão em que lhe foi entregue a distinção, na tarde de domingo, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra, na qual esteve presente o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, o laureado anunciou que vai doar o valor da distinção às obras de reabilitação do antigo Campo de Concentração do Tarrafal.
O Tarrafal é, “sem metáforas, o único património comum entre Portugal e Cabo Verde”, onde “Portugueses e Cabo-verdianos sofreram juntos”, sustentou o ministro, escritor e músico, considerando que o antigo campo de concentração, situado na ilha de Santiago, constitui um espaço simbólico comum à lusofonia.
“A coincidência é o único Deus vivo”, disse Mário Lúcio Sousa, considerando que deve este prémio a uma série de coincidências, desde logo o facto de ter concorrido a este prémio, com o livro "Biografia do Língua", na sequência do desafio, nesse sentido, que lhe foi lançado pelo jornalista português e seu amigo Francisco Fontes.
“Este prémio, simbolicamente, vai para Cabo Verde, que é o país que nos ensinou a inventar o quotidiano e a valorizar o que podia ser desprezível”, sublinhou.
Este é o terceiro prémio literário que Mário Lúcio Sousa conquistou em Portugal, após ter sido distinguido pelas obras “Os Trinta Dias do Homem mais Pobre do Mundo” (Prémio do Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa) e “O Novíssimo Testamento” (Prémio Carlos de Oliveira, da Câmara de Cantanhede), em 2000 e 2009, respetivamente.
O escritor, músico e artista plástico Mário Lúcio Sousa, que nasceu no Tarrafal, ilha de Santiago, em 1964, já foi laureado no seu país, em 2006, com a Ordem do Vulcão, ao lado da cantora Cesária Évora, sendo ele o artista mais jovem a receber o galardão. Na música, fundou e liderou o grupo Simentera.
Compositor, multi-instrumentista e estudioso da música tradicional, já gravou trabalhos com Manu Dibango, Touré Kunda, Paulinho da Viola, Maria João e Mário Laginha, Gilberto Gil, Luís Represas, Milton Nascimento, Pablo Milanês, Harry Belafonte, Toumani Diabate, Mario Canonge, Ralph Tamar, Pedro Jóia e Teresa Salgueiro, entre outros.
Licenciado em Direito pela Universidade de Havana (Cuba), deputado do Parlamento de Cabo Verde, de 1996 a 2001, Mário Lúcio Sousa é ainda autor das obras literárias “Nascimento de Um Mundo” (poesia, 1990), “Sob os Signos da Luz” (poesia, 1992), “Para Nunca Mais Falarmos de Amor” (poesia, 1999), “Vidas Paralelas” (fição, 2003) “Saloon” (teatro, 2004), “Teatro” (coletânea, 2008).
-0- PANA CS/IZ 13julho2015
A decisão do júri de distinguir Mário Lúcio Sousa, que concorreu ao prémio com a obra inédita “Biografia do Língua” e sob o pseudónimo Mar, “foi tomada por unanimidade” pelos membros do júri do concurso deste prémio que visa “estimular a criação literária e o aparecimento de novos autores”.
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, entidade que promove o Prémio Migual Torga, considerou que a atribuição do galardão a um autor cabo-verdiano testemunha a importância da cidade no “reforço dos laços” de Portugal “com aquele país irmão” e com os restantes Estados lusófonos.
“Coimbra é uma cidade da lusofonia e aberta ao mundo”, acrescentou o presidente da Câmara de Coimbra, em cuja universidade estudam atualmente cerca de 100 alunos oriundos de Cabo Verde.
Mário Lúcio Sousa, que foi o primeiro vencedor não português do Prémio Miguel Torga, recebeu um prémio pecuniário de cinco mil euros, cabendo à autarquia de Coimbra assegurar a edição da obra vencedora.
Durante a sessão em que lhe foi entregue a distinção, na tarde de domingo, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra, na qual esteve presente o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, o laureado anunciou que vai doar o valor da distinção às obras de reabilitação do antigo Campo de Concentração do Tarrafal.
O Tarrafal é, “sem metáforas, o único património comum entre Portugal e Cabo Verde”, onde “Portugueses e Cabo-verdianos sofreram juntos”, sustentou o ministro, escritor e músico, considerando que o antigo campo de concentração, situado na ilha de Santiago, constitui um espaço simbólico comum à lusofonia.
“A coincidência é o único Deus vivo”, disse Mário Lúcio Sousa, considerando que deve este prémio a uma série de coincidências, desde logo o facto de ter concorrido a este prémio, com o livro "Biografia do Língua", na sequência do desafio, nesse sentido, que lhe foi lançado pelo jornalista português e seu amigo Francisco Fontes.
“Este prémio, simbolicamente, vai para Cabo Verde, que é o país que nos ensinou a inventar o quotidiano e a valorizar o que podia ser desprezível”, sublinhou.
Este é o terceiro prémio literário que Mário Lúcio Sousa conquistou em Portugal, após ter sido distinguido pelas obras “Os Trinta Dias do Homem mais Pobre do Mundo” (Prémio do Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa) e “O Novíssimo Testamento” (Prémio Carlos de Oliveira, da Câmara de Cantanhede), em 2000 e 2009, respetivamente.
O escritor, músico e artista plástico Mário Lúcio Sousa, que nasceu no Tarrafal, ilha de Santiago, em 1964, já foi laureado no seu país, em 2006, com a Ordem do Vulcão, ao lado da cantora Cesária Évora, sendo ele o artista mais jovem a receber o galardão. Na música, fundou e liderou o grupo Simentera.
Compositor, multi-instrumentista e estudioso da música tradicional, já gravou trabalhos com Manu Dibango, Touré Kunda, Paulinho da Viola, Maria João e Mário Laginha, Gilberto Gil, Luís Represas, Milton Nascimento, Pablo Milanês, Harry Belafonte, Toumani Diabate, Mario Canonge, Ralph Tamar, Pedro Jóia e Teresa Salgueiro, entre outros.
Licenciado em Direito pela Universidade de Havana (Cuba), deputado do Parlamento de Cabo Verde, de 1996 a 2001, Mário Lúcio Sousa é ainda autor das obras literárias “Nascimento de Um Mundo” (poesia, 1990), “Sob os Signos da Luz” (poesia, 1992), “Para Nunca Mais Falarmos de Amor” (poesia, 1999), “Vidas Paralelas” (fição, 2003) “Saloon” (teatro, 2004), “Teatro” (coletânea, 2008).
-0- PANA CS/IZ 13julho2015