Congo alberga cimeira de comité de alto nível da UA sobre crise líbia
Brazzaville, Congo (PANA) – Uma cimeira dos chefes de Estado e de Governo do Comité de Alto Nível da União Africana (UA) sobre a Líbia realizar-se nesta quinta-feira em Brazzaville, por iniciativa do Presidente congolês e presidente da referida estrutura, Denis Sassou Nguesso, anunciou a imprensa local.
O encontro, cuja sessão é a oitava, visa relançar o processo de paz e a tentar encontrar uma solução para este conflito, de acordo com a mesma fonte.
Atores no conflito líbio e outras personalidades são esperados na capital congolesa, nomeadamente do representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, e chefe da Missão de Apoio da ONU para a Líbia (MANUL), Ghassan Salamé, o secretário executivo da Comunidade dos Estados Sahelo-Sarianos (CEN-SAD), Ibrahim Sani Abani, o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas.
Também são aguardados neste encontro o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, o chefe do Estado rwandês, Paul Kagamé, o Presidente do Djibuti, Ismaïl Omar Guelleh, o rei de Marrocos, Sua Majestade Mohammed VI, o Presidente da República Árabe do Egito, Presidente em exercício da UA, Abdel Fattah al-Sissi também estarão presentes nesta cimeira, que vai realizar-se alguns dias após a reunião de Berlim, na Alemanha.
As partes líbias serão representadas pelo presidente do Alto Conselho de Estado, Khaled Al-Michri, pelo presidente do Parlamento, Aguila Saleh Issa, pelo chefe do autoproclamado Exército Nacional, o marechal Khalifa Haftar, pelo presidente do Conselho Presidencial do Governo líbio de União Nacional, Fayez Mustapha Al-Sarraj, e pelo comissário da UA para Paz e Segurança , Ismaël Chergu.
Uma cimeira sobre a crise líbia acaba de se realizar em Berlim, na Alemanha, tendo os participantes reiterado o seu apoio ao “acordo político enquanto quadro viável para a solução política para a crise na Líbia”, refere-se
Para o Secretário-Geral da ONU, António Guteres, não pode haver uma solução militar na Líbia, insistindo na "tomada de medidas imediatas e decisivas para impedirem uma guerra civil total".
No entanto, para viabilizar o acordo de cessar-fogo, iniciado a 12 de janeiro corrente entre as duas partes líbias, Gutteres apelou aos dois campos rivais para formarem uma “comissão militar” composta por 10 oficiais, a razão de cinco para cada lado.
Esta comissão terá por missão definir no terreno os mecanismos de execução do cessar-fogo, não assinado pelo marechal Haftar.
A 6 de janeiro corrente, durante uma cerimónia de cumprimentos de Ano Novo pelo corpo diplomático acreditado no Congo, Sassou Nguesso, enquanto presidente do Comité de Alto Nível da UA sobre a Líbia, disse sentir, uma vez mais, "a imperiosa necessidade de sugerir novas iniciativas, a fim de que a cimeira da União Africana eleve a resolução da tragédia líbia ao nível de prioridade maior."
A Líbia é um país africano e as vítimas estão essencialmente em África. Então, qualquer estratégia de resolução da crise líbia tendente a marginalizar o continente africano poderá revelar-se completamente ineficaz e contraproducente, alertou nessa ocasião.
-0- PANA MB/JSG/FK/DD 28jan2020