PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cimeira da UA oculta memória de Kadafi
Addis-Abeba, Etiópia (PANA) – Durante a sua vida, ele era considerado, com ou sem razão, como um pilar da União Africana (UA), mas o "Guia Irmão" Muamar Kadafi foi largamente ignorado pelos dirigentes africanos reunidos em Addis Abeba neste fim-de-semana para a 18ª Cimeira da UA.
Esta cimeira é a primeira organizada depois do falecimento em condições horríveis de Kadafi num momento crucial da insurreição que o destituiu do poder.
Além do tradicional minuto de silêncio observado para todos os chefes de Estado africanos falecidos nos últimos seis meses, nada mais foi feito em memória dum homem cuja única aparição nas cimeiras passadas era a ocasião de todo tipo de comentários.
Ironia do destino, enquanto o Centro de Ouagadougou, que Kadafi construiu para acolher os dirigentes africanos na sua cidade natal de Sirtes, está em ruina após a guerra que o destituiu e matou, a 18ª cimeira decorre no novo complexo oferecido à África pela China.
Todavia, se não houve nenhum ato manifesto de comemoração de Kadafi nesta cimeira, a falecida ecologista queniana Wangari Maathai, laureada do Prémio Nobel da Paz em 2004, teve uma árvore plantada em sua homenagem diante do novo complexo.
Por outro lado, uma estátuta dum outro dirigente africano, o antigo Presidente do Gana Kwame Nkrumah, foi erigida diante do novo prédio.
Curiosamente, enquanto numerosos países africanos demoram para se aproximar das novas autoridades líbias, eles não se referiram às suas relações passadas com o regime de Kadafi e nenhum dos discursos na abertura da cimeira fez alusão a ele e ninguém falou da abertura dum inquérito sobre a sua morte trágica.
O sonho de Kadafi de fundar os Estados Unidos de África ou o seu plano de defesa comum também não foram evocados.
Por seu lado, o discurso do novo dirigente líbio, Aburrahim al Keib, nesta cimeira é uma indicação da vontade da normalização das relações da UA com a Líbia.
Apesar de ter evitado citar diretamente o ex-guia líbio, Al Keib pediu a ajuda da comunidade internacional para encontrar e restituir à Líbia todos os bens ainda detidos pelos seus próximos e pela sua família.
No entanto, ele recordou aos seus pares africanos um aspeto comprometedor da era Kadafi, prometendo que a nova administração vai pagar todos os atrasados das cotizações da Líbia à organização continental, uma revelação surpreendente, dada a crença largamente difundida de que a Líbia, durante o regime do ex-guia, era a força motriz das finanças da UA.
-0- PANA AO/SEG/FJG/JSG/CJB/TON 30jan2012
Esta cimeira é a primeira organizada depois do falecimento em condições horríveis de Kadafi num momento crucial da insurreição que o destituiu do poder.
Além do tradicional minuto de silêncio observado para todos os chefes de Estado africanos falecidos nos últimos seis meses, nada mais foi feito em memória dum homem cuja única aparição nas cimeiras passadas era a ocasião de todo tipo de comentários.
Ironia do destino, enquanto o Centro de Ouagadougou, que Kadafi construiu para acolher os dirigentes africanos na sua cidade natal de Sirtes, está em ruina após a guerra que o destituiu e matou, a 18ª cimeira decorre no novo complexo oferecido à África pela China.
Todavia, se não houve nenhum ato manifesto de comemoração de Kadafi nesta cimeira, a falecida ecologista queniana Wangari Maathai, laureada do Prémio Nobel da Paz em 2004, teve uma árvore plantada em sua homenagem diante do novo complexo.
Por outro lado, uma estátuta dum outro dirigente africano, o antigo Presidente do Gana Kwame Nkrumah, foi erigida diante do novo prédio.
Curiosamente, enquanto numerosos países africanos demoram para se aproximar das novas autoridades líbias, eles não se referiram às suas relações passadas com o regime de Kadafi e nenhum dos discursos na abertura da cimeira fez alusão a ele e ninguém falou da abertura dum inquérito sobre a sua morte trágica.
O sonho de Kadafi de fundar os Estados Unidos de África ou o seu plano de defesa comum também não foram evocados.
Por seu lado, o discurso do novo dirigente líbio, Aburrahim al Keib, nesta cimeira é uma indicação da vontade da normalização das relações da UA com a Líbia.
Apesar de ter evitado citar diretamente o ex-guia líbio, Al Keib pediu a ajuda da comunidade internacional para encontrar e restituir à Líbia todos os bens ainda detidos pelos seus próximos e pela sua família.
No entanto, ele recordou aos seus pares africanos um aspeto comprometedor da era Kadafi, prometendo que a nova administração vai pagar todos os atrasados das cotizações da Líbia à organização continental, uma revelação surpreendente, dada a crença largamente difundida de que a Líbia, durante o regime do ex-guia, era a força motriz das finanças da UA.
-0- PANA AO/SEG/FJG/JSG/CJB/TON 30jan2012