Bélgica promete apoiar OMS após retirada dos Estados Unidos
Kigali, Rwanda (PANA) - Alguns dias após o anúncio pelos Estados Unidos do fim das suas “relações com a Organização Mundial da Saúde (OMS)”, as autoridades belgas reafirmaram o seu apoio contínuo à agência onusina, segundo uma declaração oficial transmitida à PANA, em Kigali.
A declaração, publicada pela Embaixada da Bélgica, em Kigali, indica que, no meio da pandemia invisível da covid-19, “o nosso país preconiza apoiar sempre que possível a organização (OMS)”.
A OMS desempenha um papel crucial na coordenação da resposta internacional à pandemia, sublinhou, citando uma resolução das autoridades belgas rubricada pelo vice-primeiro-ministro e ministro da Cooperação para o Desenvolvimento, Alexander De Croo, e pelos seus colegas dos Negócios Estrangeiros, Philippe Goffin, e da Saúde, Maggie De Block.
O Governo belga está convencido de que a OMS tenta prevenir a propagação do coronavírus, nomeadamente distribuindo material médico, desdobrando equipas de intervenção rápida bem como aconselhando e informando as populações.
Além disso, a OMS também contribui para a busca de um tratamento e de uma vacina adequados, enquanto trabalha numa base científica com recomendações de especialistas do Mundo inteiro.
"Quando a OMS declarou a pandemia no fim de janeiro último, praticamente ninguém podia avaliar a amplitude do coronavírus", refere a nota, sublinhando que "uma análise crítica do que poderia ter sido melhor seria necessára, mas não é o momento de fazê-la.
Uma vez ultrapassada a crise, indica, "poderemos tirar lições de forma objetiva e bem informada e fazer propostas para melhorar a nossa abordagem futura, tanto relativamente às ações realizadas pela OMS como pelos Estados-membros".
"A Bélgica apoia os esforços já em curso da OMS para melhorar cada vez mais o seu funcionamento. Com os nossos parceiros da UE, o nosso país examinará como pode apoiar cada vez mais estes esforços no futuro e tornar a organização ainda mais eficaz para uma eventual nova crise”, indica a declaração.
A OMS ajuda principalmente os países mais vulneráveis na sua resposta à covid-19 e que precisam mais do que nunca desta ajuda na luta contra este vírus que ultrapassa as fronteiras.
Através deste compromisso, a declaração indica que o Governo concedeu uma contribuição suplementar de dois milhões de euros e que está a estudar a possibilidade de uma outra contribuição suplementar de dois milhões de euros.
Além disso, segundo a mesma declaração, a Bélgica deu cinco milhões de euros à CEPI (Coligação para Inovações de Prontidão Epidémica), para o desenvolvimento de uma vacina.
Para o Governo belga, a pandemia da covid-19 provou mais uma vez que uma epidemia de vírus pode afetar todo o Mundo, sendo assim a saúde mundial "uma responsabilidade partilhada em que cada Estado-membro deve desempenhar o seu papel”.
Uma resposta eficaz a uma pandemia mundial depende de sistemas mundias interconetados e de redes de perícia científica, de abastecimento médico, de comércio livre, de inovação e de produção, acrescentou a declaração.
Os Estados Unidos foram, até aqui, os maiores doadores globais da OMS sediada em Genebra, contribuindo com mais de 400 milhões de dólares americanos em 2019, ou seja, cerca de 15 por cento do seu orçamento.
Em abril deste ano, o Presidente norte-americano, Donald Trump, deu uma instrução à sua administração para suspender temporariamente o financiamento da organização pela sua gestão da pandemia de coronavírus.
-0- PANA TWA/AR/ASA/IS/FK/IZ 02junho2020