Instituto Pedro Pires ajuda a criar Academia de Liderança da Guiné-Bissau
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Instituto Pedro Pires para a Liderança (IPP) informou, terça-feira, que está a ajudar a Guiné-Bissau a criar a sua futura Academia de Liderança, para capacitar agentes de transformação e desenvolvimento, apurou a PANA de fonte segura.
Em comunicado, a instituto fundado pelo antigo Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires (2002-2011) explica que os trabalhos para a concretização deste projeto decorrem há alguns meses, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Guiné-Bissau e a Escola Nacional de Administração (ENA).
A mesma fonte adiante que a primeira formação está a decorrer esta semana, na capital guineense, para capacitar 25 dos futuros formadores da academia.
"Com um total de 30 horas e sob coordenação pedagógica do IPP, esta primeira formação tem como propósito contribuir para o fortalecimento das capacidades formativas de futuros formadores da Academia de Liderança da Guiné-Bissau, com principal enfoque em temas de liderança", descreveu o instituto cabo-verdiana em nota de imprensa.
A IPP adiantou ainda que as próximas duas formações-piloto estão agendadas para maio próximo sobre a liderança e o serviço público e outra sobre liderança e desenvolvimento pessoal, tendo como principal público-alvo servidores públicos e quadros de partidos políticos guineenses.
"Muito à semelhança do que tem sido a intervenção do IPP em Cabo Verde, a academia tem como principal objetivo capacitar agentes de transformação e desenvolvimento em habilidades e técnicas de liderança cívica, política, empresarial e de desenvolvimento pessoal", prosseguiu.
Segundo a mesma entidade, a futura Academia de Liderança da Guiné-Bissau vai ainda formar homens e mulheres guineenses "para o exercício de uma liderança aberta à inovação, focada nos direitos humanos, na justiça social, na democracia, no Estado de Direito e no respeito incondicional pelas diferenças."
"A Academia irá disponibilizar ferramentas que permitam aos seus formandos liderarem eficazmente, inclusivamente em contexto de crise política, social, económica, climática e/ou sanitária, capacitando jovens engajados com questões locais, nacionais e globais, e cientes de que a sua contribuição individual tem implicações numa comunidade maior, que é a humanidade", perspetivou o IPP.
Depois de formados, o Instituto Pedro Pires acredita que os guineenses estarão munidos de ferramentas que lhes permitirão participar mais eficazmente no processo de desenvolvimento e de construção da paz e da estabilidade no seu país, transformando-se, assim, em verdadeiros agentes de mudança.
Antigo combatente da liberdade da pátria, o comandante Pedro Pires foi também primeiro-ministro cabo-verdiano entre 1975 e 1991, e, quando terminou o seu segundo mandato como chefe do Estado, em 2011, foi-lhe atribuído pela Fundação Mo Ibrahim um prémio de boa governação.
Atualmente com 86 anos de idade, Pedro Pires é também o presidente da Fundação Amílcar Cabral e do instituto com o seu nome, uma instituição que tem como objeto desenvolver atividades que promovam e implementem ações de carácter científico, técnico, educativo e sociocultural, em diversos domínios, essencialmente através da formação e capacitação de líderes.
O IPP foi idealizado como uma plataforma proativa e inovadora para pensar e agir sobre limitações, constrangimentos e desafios que se distinguem na implementação e no exercício de uma governação verdadeiramente democrática, responsabilizadora e comparticipada, essencialmente em Cabo Verde e em África.
O Instituto tem como principal objetivo reforçar as capacidades nacionais de liderança para a gestão do desenvolvimento e para a transformação social, económica e política, tanto em Cabo Verde como noutros países de língua oficial portuguesa.
-0- PANA CS/DD 28abril2021