Cabo Verde perspetiva campanha agrícola mais chuvosa dos últimos cinco anos, diz Governo
Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo de Cabo Verde diz esperar que a campanha agrícola 2022-2023, ora iniciada, seja a mais chuvosa dos últimos cinco anos, apurou a PANA.
A informação sobre as perspetivas da campanha agrícola no arquipélago foi publicada em conferência de imprensa pela diretora-geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária de Cabo Verde, Eneida Rodrigues, durante a apresentação das medidas de preparação da faina agrícola.
Estas previsões mais optimistas em relação à campanha agrícola das autoridades cabo-verdianas são feitas quando há praticamente quatro anos que Cabo Verde vive uma forte seca, o que tem vindo a condicionar a atividade agrícola em quase todo o arquipélago, cenário que o regresso da chuva pode ajudar a reverter nos próximos meses, segundo a governante.
No encontro com a imprensa, Eneida Rodrigues anunciou que "em geral, para todo o arquipélago, a previsão nacional e a do consenso apontam para probabilidades de chuvas normais com tendência a excedentárias" até agosto próximo.
Também vaticinou "chuvas normais ou em torno da normal climatológica" para o trimestre seguinte.
"É importante realçar que esta previsão não descarta a probabilidade de ocorrência de eventos extremos, como chuvas intensas, depressões tropicais, ventos fortes e agitação marítima, que podem atingir todo ou parte do arquipélago, com intensidades variadas", alertou a diretora-geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária.
Nessa ocasião, ela disse que, para a campanha agrícola 2022-2023, nomeadamente no apoio aos produtores na aquisição de sementes ou com medidas já em curso de combate e controlo de pragas, entre outras, o orçamento do Ministério da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde ronda os 64.900.000 escudos (cerca de 600.000 euros).
Desde 2017 que o país tem enfrentado sucessivos anos de seca, com a consequente redução da produção agropecuária e do rendimento das famílias, especialmente no meio rural, contribuindo também para a deterioração da segurança alimentar e nutricional das famílias e a redução da disponibilidade da água para o abastecimento público e a agricultura irrigada.
Durante uma recente reunião restrita do dispositivo regional de prevenção e gestão das crises alimentares no Sahel e na África Ocidental, o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, avançou que dados recentes estimaram que cerca de 107.000 pessoas se encontravam sob pressão em termos alimentares, e que cerca de 30.000 outras estão em situação de insegurança alimentar em Cabo Verde.
Em fevereiro último, o Governo declarou a situação de calamidade no país até 31 de outubro próximo, devido aos maus resultados do ano agrícola, e anunciou medidas preventivas e especiais, referiu o governante.
-0- PANA CS/DD 11julho2022