Angola apela à ONU para ser "efetiva" na sua missão
Luanda, Angola (PANA) - A Organização das Nações Unidas (ONU) tem de se capacitar para assumir um "papel efetivo”, no cumprimento das suas atribuições, defendeu o Presidente de Angola, João Lourenço.
Ao defender quarta-feira última em Nova Iorque (Estados Unidos) a reforma das Nações Unidas, o chefe do Estado angolano considerou ser urgente a reforma do Conselho de Segurança (CS) da ONU, "por formas a que este órgão reflita a realidade dos tempos atuais, total e profundamente diferente da vivida após o fim da Segunda Guerra Mundial (de 1939 a 1945).
"Angola defende a necessidade da revisão da representatividade das diferentes regiões do mundo no Conselho de Segurança”, preconizou João Lourenço.
Acrescentou que, em relação ao continente africano, vigora o Consenso de Ezulwini e a Declaração de Sirtes, que "estabelecem a necessidade de atribuição ao continente africano de assentos como membros permanentes no CS da ONU, com todos os privilégios inerentes à categoria."
As Nações Unidas vêm lidando ao longo de décadas com uma série de situações a respeito das quais tem sido adotado um conjunto de resoluções que são simplesmente ignoradas e desrespeitadas, sem que isto produza alguma consequência para os seus protagonistas, indignou-se o estadista angolano.
A seu ver, é necessária uma reflexão conjunta sobre a necessidade da criação de mecanismos que reforcem a autoridade da ONU, para que não seja desacreditada nem fragilizada, "quanto ao seu papel decisivo na construção de uma arquitectura de paz e segurança mundial eficaz, à qual todas as nações do mundo se devem sentir vinculadas com um forte sentido de comprometimento, independentemente do seu poderio económico e militar."
João Lourenço disse, por isso, ser oportuno o cumprimento das resoluções vigentes a respeito do embargo contra Cuba e do conflito que perdura no Médio Oriente, há décadas, entre Israel e a Palestina.
"Em 2021, participei, nesta cidade, numa reunião do Conselho de Segurança com o propósito de discutir a questão do levantamento do embargo de fornecimento de armas à República Centro-Africana, não tendo se registado desde então algum progresso sobre esta matéria, o que afeta seriamente o exercício de um direito fundamental dos países de terem o seu próprio Exército Nacional para garantir a defesa da independência, da soberania e do normal funcionamento das instituições do país”, recordou o Presidente da República de Angola.
Reiterou a pertinência de se colocar a abordagem deste tema na agenda do CS da ONU, para que se tome uma decisão que permita à República Centro-Africana cumprir cabalmente o seu papel como Estado independente e soberano, não tendo necessidade de recorrer à contratação de forças paramilitares estrangeiras por tempo indeterminado.
-0- PANA JA/DD 22setembro2023