PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Kadafi apresenta requisitório de 10 anos da UA
Sirtes- Líbia (PANA) -- O guia Muamar Kadafi, presidente em exercício da União Africana (UA), declarou em Sirtes que 10 anos depois da proclamação da UA e na sequência dum trabalho laborioso os Africanos perceberam que o continente não avança e ainda não realizou até agora o seu projecto duma África unida.
Falando em entrevista exclusiva à Agência Panafricana de Notícias (PANAPRESS) na véspera da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da UA em Addis Aeba, Kadafi lembrou que os Africanos se engajaram, com grande entusiasmo e imensa esperança, na edificação dos Estados Unidos de África.
Kadafi indicou que os Africanos esperavam, no fim da década que se seguiu à fundação da UA em 1999, realizar progressos significativos no processo para a proclamação dos Estados Unidos de África que necessita antes da formação dum Governo federal e de mecanismos continentais que devem trabalhar dia e noite para atingir este objectivo.
"Os Estados Unidos de África não vão realizar-se por si próprios, mas sim graças à instauração dos mecanismos que devem levar a cabo esta tarefa", disse.
Estas dificuldades não impediram o presidente em exercício da UA de trabalhar a favor da criação destes mecanismos que, segundo ele, consiste em formar em primeiro lugar um Governo federal composto por ministros federais dos Negócios Estrangeiros, da Defesa, do Comércio Externo, das Comunicações e Transportes que constituem sectores indispensáveis para o arranque do projecto da União.
A elas serão acrescentadas outras pastas ministerais que "vão insistir no trabalho, dia e noite, para realizar os Estados Unidos de África", seguindo a sugestão de Muamar Kadafi que constata hoje que, "10 anos depois os Africanos permanecem no ponto zero".
Adiantou que "nem o Governo federal, nem um Ministério federal foram criados, nem outro mecanismo".
Kadafi não afastou a hipótese de os Africanos esterem nesta fase por receio da mudança, do progresso e da unidade, que os confinou num impasse "à imagem do soldado que receia entrar na batalha ao ponto de oferecer ao inimigo as oportunidades de conseguir a vitória".
Sublinhou que sem unidade os Africanos não terão nem independência, nem soberania ou dignidade e eles não poderão realizar nenhum progresso, apesar da existência de potencialidades materiais e humanas, bem como uma coesão social natural favorável à realização desta unidade.
"O que falta, realmente, é coragem política, tomada de consciência política ou tudo isto ao mesmo tempo", considerou o líder líbio.
"África não poderá e não realizará nada enquanto não tiver um ministro único para o Comércio Externo que mantenha uma linguagem solidária sobre as importações e as exportações dos 53 países africanos diante do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional, da Organização Mundial do Comércio, do mercado europeu, do mercado americano, do mercado chinês e do mercado japonês", acrescentou o guia Kadafi.
Segundo o presidente em exercício da UA, as consequências da ausência de unidade vão fazer-se sentir igualmente nas negociações internacionais e no plano da concorrência internacional com a certeza de que os recursos marítimos e haliêuticos do continente serão constantemente pilhados, não só nas águas da sua Zona Económica Exclusiva (ZEE), mas também nas suas águas territoriais.
"A ZEE do continente africano e os seus recursos vão permanecer nas mãos dos outros países enquanto África não tiver uma defesa única que proteja as suas águas territoriais e as suas costas", acrescentou Kadafi, citando o exemplo da Somália e do seu povo, vítima de pilhagem das suas riquezas, enquanto a soberania do país é submetida à violação e as suas águas são poluídas pela eliminação dos resíduos.
Contudo, ele negou a existência duma pirataria somalí, falando antes duma pirataria internacional e aproveitou a ocasião para prevenir os países africanos que vão conhecer a mesma situação que vive a Somália enquanto África não dispor dum único ministro da Defesa, dum único Exército africano e duma unica marinha africana.
"África será re-colonizada e algumas grandes potências no mundo vão autoproclamar-se tutoras do continente africano e ficaremos sob mandato", advertiu.
Qualquer que seja a luta contra a mudança climática, a busca duma política ambiental africana capaz de proteger o continente contra os efeitos de estufa, ou qualquer outra questão ligada ao desenvolvimento e ao bem-estar no continente africano, apenas a criação dos mecanismos específicos da União, segundo o guia Kadafi, poderá permitir a execução de acções concertadas contra estes problemas.
Falando em entrevista exclusiva à Agência Panafricana de Notícias (PANAPRESS) na véspera da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da UA em Addis Aeba, Kadafi lembrou que os Africanos se engajaram, com grande entusiasmo e imensa esperança, na edificação dos Estados Unidos de África.
Kadafi indicou que os Africanos esperavam, no fim da década que se seguiu à fundação da UA em 1999, realizar progressos significativos no processo para a proclamação dos Estados Unidos de África que necessita antes da formação dum Governo federal e de mecanismos continentais que devem trabalhar dia e noite para atingir este objectivo.
"Os Estados Unidos de África não vão realizar-se por si próprios, mas sim graças à instauração dos mecanismos que devem levar a cabo esta tarefa", disse.
Estas dificuldades não impediram o presidente em exercício da UA de trabalhar a favor da criação destes mecanismos que, segundo ele, consiste em formar em primeiro lugar um Governo federal composto por ministros federais dos Negócios Estrangeiros, da Defesa, do Comércio Externo, das Comunicações e Transportes que constituem sectores indispensáveis para o arranque do projecto da União.
A elas serão acrescentadas outras pastas ministerais que "vão insistir no trabalho, dia e noite, para realizar os Estados Unidos de África", seguindo a sugestão de Muamar Kadafi que constata hoje que, "10 anos depois os Africanos permanecem no ponto zero".
Adiantou que "nem o Governo federal, nem um Ministério federal foram criados, nem outro mecanismo".
Kadafi não afastou a hipótese de os Africanos esterem nesta fase por receio da mudança, do progresso e da unidade, que os confinou num impasse "à imagem do soldado que receia entrar na batalha ao ponto de oferecer ao inimigo as oportunidades de conseguir a vitória".
Sublinhou que sem unidade os Africanos não terão nem independência, nem soberania ou dignidade e eles não poderão realizar nenhum progresso, apesar da existência de potencialidades materiais e humanas, bem como uma coesão social natural favorável à realização desta unidade.
"O que falta, realmente, é coragem política, tomada de consciência política ou tudo isto ao mesmo tempo", considerou o líder líbio.
"África não poderá e não realizará nada enquanto não tiver um ministro único para o Comércio Externo que mantenha uma linguagem solidária sobre as importações e as exportações dos 53 países africanos diante do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional, da Organização Mundial do Comércio, do mercado europeu, do mercado americano, do mercado chinês e do mercado japonês", acrescentou o guia Kadafi.
Segundo o presidente em exercício da UA, as consequências da ausência de unidade vão fazer-se sentir igualmente nas negociações internacionais e no plano da concorrência internacional com a certeza de que os recursos marítimos e haliêuticos do continente serão constantemente pilhados, não só nas águas da sua Zona Económica Exclusiva (ZEE), mas também nas suas águas territoriais.
"A ZEE do continente africano e os seus recursos vão permanecer nas mãos dos outros países enquanto África não tiver uma defesa única que proteja as suas águas territoriais e as suas costas", acrescentou Kadafi, citando o exemplo da Somália e do seu povo, vítima de pilhagem das suas riquezas, enquanto a soberania do país é submetida à violação e as suas águas são poluídas pela eliminação dos resíduos.
Contudo, ele negou a existência duma pirataria somalí, falando antes duma pirataria internacional e aproveitou a ocasião para prevenir os países africanos que vão conhecer a mesma situação que vive a Somália enquanto África não dispor dum único ministro da Defesa, dum único Exército africano e duma unica marinha africana.
"África será re-colonizada e algumas grandes potências no mundo vão autoproclamar-se tutoras do continente africano e ficaremos sob mandato", advertiu.
Qualquer que seja a luta contra a mudança climática, a busca duma política ambiental africana capaz de proteger o continente contra os efeitos de estufa, ou qualquer outra questão ligada ao desenvolvimento e ao bem-estar no continente africano, apenas a criação dos mecanismos específicos da União, segundo o guia Kadafi, poderá permitir a execução de acções concertadas contra estes problemas.