Fundação denuncia posição da UE sobre proteção de elefantes em África
Abidjan, Côte d’Ivoire (PANA) – A Fundação Franz Weber (FFW) denunciou, sexta-feira, a posição adotada pelos países da União Europeia (UE) contra uma proteção plena e inteira dos elefantes, em África.
Enquanto membro observador, a Fundação reagia à votação feita pelos países da UE na XVIII Conferência das Partes da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), em curso em Genebra, na Suíça.
Num comunicado, a FFW indica que a votação deixou "um sabor amargo", embora a proposta de reabertura do comércio internacional de mafim tenha sido rejeitada por uma esmagadora maioria.
Para a FFW, esta votação foi determinante na falta de medidas apropriadas para uma proteção mais vinculativa dos elefantes de África.
Ela recusou o argumento de votação da UE, segundo a qual a maioria dos países não esteve a favor de medidas de proteção mais vinculativas, e contrapôs que os 32 países africanos sob a égide da Coligação dos Elefantes Africanos (AEC) que submeteram a proposta de classificar todos os elefantes de África sob o capítulo do Anexo 1 da CITES que proíbe o comércio internacional de marfim representam 70 por cento dos países.
Além disso, a FFW deplorou a "parcialidade" do presidente da Comissão durante as discussões, nomeadamente na distribuição do tempo de palavra.
Prometeu que ela seguirá os últimos debates da XVIII CITES até ao seu encerramento, a 28 de agosto corrente, depois de alaertar, a 12 de agosto último, para a extinção progressiva dos 130 mil elefantes, em África, na próxima década, com o aumento da taxa da caça furtiva, em 600 por cento nos últimos quatro anos.
As vendas autorizadas de marfim à China e ao Japão, em 1999 e 2008, pelo Anexo 2 da CITES a pedido da África do Sul, do Botswana, da Namíbia, da Zâmbia e do Zimbabwe, tiveram como consequência suscitar uma subida da procura e desencadear uma vasta caça furtiva que culminou na exterminação de uma população de 150 mil elefantes durante a década após 2008.
-0- PANA BAL/IS/FK/IZ 24ago2019