PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Delegados do Governo da RDC abandonam local de negociações com M23
Kigali, Rwanda (PANA) - Os delegados do Governo da República Democrática do Congo (RDC) abandonaram a capital ugandesa, Kampala, palco de negociações com a rebelião do M23, pouco antes do anúncio do adiamento sine die da assinatura dos acordos de paz que devia ter lugar esta semana, noticiou quarta-feira a imprensa rwandesa.
Segundo a mesma fonte, o adiamento seguiu-se à ausência de Kampala dos delegados do Governo congolês que, à última hora, foram chamados de volta para Kinshasa para consultas.
A enviada especial do Secretário das Nações Unidas para a Região dos Grandes Lagos, Mary Robinson, considerou que este adiamento "põe em causa" o projeto de acordo saído das discussões entre as duas partes.
Enquanto as Nações Unidas e a Comunidade Internacional se congratulam-se pelo regresso da paz ao leste da RD Congo depois da derrota militar do M23, alguns analistas afirmam que há ainda um longo caminho a percorrer uma vez subsistindo ainda pelo menos sete grupos armados que continuam ativos no Kivu-Norte.
Entre estes grupos figura o movimento rebelde hutu rwandês das Forças Democráticas para a Libertação do Rwanda (FDLR) composto essencialmente por elementos que perpetraram o genocídio contra os Tutsis em 1994.
As negociações entre o Governo da RDC e os rebeldes do M23 destinadas a concluir um acordo de paz foram suspensas terça-feira à noite, uma semana após o fim do conflito armadono país, que durou quase dois anos.
O porta-voz do Governo ugandês, que tem mediado as conversações de paz, disse que as negociações foram adiadas sem haver previsões da sua retomada.
“Quando já se encontravam no Uganda observadores internacionais para presenciarem a assinatura do acordo, que devia ter acontecido em Entebbe, junto ao lago Vitória, as autoridades oficiais congolesas renunciaram à assinatura do acordo com os rebeldes do M23”, disse o porta-voz Ofwono Opondo.
As autoridades congolesas denunciaram que um batalhão do Exército do Rwanda foi visto em Murambi, na zona de Nyiragongo, a três quilómetros do aeroporto de Goma, no Kivu-Norte (RDC).
Segundo o vice-presidente desta província do leste da RDC, Omar Kavota, os elementos em causa "estão fortemente armados de roquetes e metralhadoras e dizem que vão progredir até à localidade de Masisi".
"Achamos que é uma ameaça real que deve ser desafiada”, disse Omar Kavota, que já alertou a Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), o Governo congolês e a Missão da Organização das Nações Unidas para a Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO) “para que possam tomar disposições úteis”.
Ele referiu que “esta nova tentativa do Presidente do Rwanda, Paul Kagamé, demonstra que ele e o chefe de Estado do Uganda, Yoweri Museveni, não aceitam a derrota do M23 e querem continuar o seu plano de agressão ao território da República Democrático do Congo”.
Enquanto isso, o Uganda recusa entregar à RDC os mil e 500 guerrilheiros do M23 que atravessaram a fronteira comum e se renderam às autoridades ugandesas, “até que seja firmado um acordo de paz”.
"Os guerrilheiros não são prisioneiros. São soldados que fogem da guerra e nós recebêmo-los porque é nossa responsabilidade, tal como fizemos com soldados da RDC no início do ano”,
afirmou o porta-voz do Ministério ugandês da Defesa e do Exército, sem no entanto precisar se o líder da rebelião, Sultani Makenga, está entre tais "guerrilheiros".
O acordo de paz, frisou, “vai determinar o destino dos soldados do M23, para a sua reintegração e reinserção”, e os que se recusarem a regressar à RDC “são entregues ao ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados”.
-0- PANA TWA/AAS/MAR/IZ 12nov2013
Segundo a mesma fonte, o adiamento seguiu-se à ausência de Kampala dos delegados do Governo congolês que, à última hora, foram chamados de volta para Kinshasa para consultas.
A enviada especial do Secretário das Nações Unidas para a Região dos Grandes Lagos, Mary Robinson, considerou que este adiamento "põe em causa" o projeto de acordo saído das discussões entre as duas partes.
Enquanto as Nações Unidas e a Comunidade Internacional se congratulam-se pelo regresso da paz ao leste da RD Congo depois da derrota militar do M23, alguns analistas afirmam que há ainda um longo caminho a percorrer uma vez subsistindo ainda pelo menos sete grupos armados que continuam ativos no Kivu-Norte.
Entre estes grupos figura o movimento rebelde hutu rwandês das Forças Democráticas para a Libertação do Rwanda (FDLR) composto essencialmente por elementos que perpetraram o genocídio contra os Tutsis em 1994.
As negociações entre o Governo da RDC e os rebeldes do M23 destinadas a concluir um acordo de paz foram suspensas terça-feira à noite, uma semana após o fim do conflito armadono país, que durou quase dois anos.
O porta-voz do Governo ugandês, que tem mediado as conversações de paz, disse que as negociações foram adiadas sem haver previsões da sua retomada.
“Quando já se encontravam no Uganda observadores internacionais para presenciarem a assinatura do acordo, que devia ter acontecido em Entebbe, junto ao lago Vitória, as autoridades oficiais congolesas renunciaram à assinatura do acordo com os rebeldes do M23”, disse o porta-voz Ofwono Opondo.
As autoridades congolesas denunciaram que um batalhão do Exército do Rwanda foi visto em Murambi, na zona de Nyiragongo, a três quilómetros do aeroporto de Goma, no Kivu-Norte (RDC).
Segundo o vice-presidente desta província do leste da RDC, Omar Kavota, os elementos em causa "estão fortemente armados de roquetes e metralhadoras e dizem que vão progredir até à localidade de Masisi".
"Achamos que é uma ameaça real que deve ser desafiada”, disse Omar Kavota, que já alertou a Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), o Governo congolês e a Missão da Organização das Nações Unidas para a Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO) “para que possam tomar disposições úteis”.
Ele referiu que “esta nova tentativa do Presidente do Rwanda, Paul Kagamé, demonstra que ele e o chefe de Estado do Uganda, Yoweri Museveni, não aceitam a derrota do M23 e querem continuar o seu plano de agressão ao território da República Democrático do Congo”.
Enquanto isso, o Uganda recusa entregar à RDC os mil e 500 guerrilheiros do M23 que atravessaram a fronteira comum e se renderam às autoridades ugandesas, “até que seja firmado um acordo de paz”.
"Os guerrilheiros não são prisioneiros. São soldados que fogem da guerra e nós recebêmo-los porque é nossa responsabilidade, tal como fizemos com soldados da RDC no início do ano”,
afirmou o porta-voz do Ministério ugandês da Defesa e do Exército, sem no entanto precisar se o líder da rebelião, Sultani Makenga, está entre tais "guerrilheiros".
O acordo de paz, frisou, “vai determinar o destino dos soldados do M23, para a sua reintegração e reinserção”, e os que se recusarem a regressar à RDC “são entregues ao ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados”.
-0- PANA TWA/AAS/MAR/IZ 12nov2013