Caso do ex-Presidente domina imprensa mauritana
Nouakchott, Mauritânia (PANA) - A imprensa na Mauritânia comentou amplamente esta semana a primeira aparição do ex-Presidente, Mohamed ould Abdel Aziz, na comunicação social, depois de ficar sob custódia policial, de 17 a 24 de agosto corrente.
Aziz é objeto de uma investigação preliminar aberta após a remessa aos tribunais, a 5 de agosto corrente, de um relatório parlamentar que denuncia atos de "corrupção" no seu reinado, entre 2008 e 2019.
O jornal "Le Calame" descreveu a conferência de imprensa de Aziz como uma "grande confusão".
O antigo chefe de Estado apresentou-se à imprensa rodeado de um punhado de pessoas, incluindo três antigos ministros e o presidente do Partido da União Democrática e Social (PUDS).
Ele descreveu a Comissão de Inquérito Parlamentar (CIP) que elaborou o relatório como "resultado de uma conspiração entre o Executivo e o Legislativo para diabolizar o antigo Presidente da República".
Por seu lado, o Initiatives News (IN) falou "delírios do ex-Presidente da República", num editorial.
"A saída à imprensa de Mohamed ould Abdel Aziz foi um verdadeiro fiasco. Os Mauritanos ficaram com a sua fome, porque nada, realmente nada, transpirou das suas enigmáticas observações.
"Aziz contentou-se em disparar contra o novo regime, que o acusa de má gestão na adjudicação de contratos públicos", escreve o IN.
Para este jornal, "houve também uma explosão muscular contra a CIP, que foi alegadamente criada por ordem do Presidente da República e constituída pelos seus inimigos jurados, as pessoas indesejáveis contra as quais tinha lutado".
Por seu turno, o Sahara Média destaca um comentário do antigo deputado Khalil ould Teyib, figura do nacionalismo árabe, aliado de Mohamed ould Abdel Aziz no exercício do poder e que passou agora para o campo do novo regime, que observou que "Aziz vive isolado e continua misterioso sobre a origem da sua fortuna".
-0- PANA SAS/JSG/DIM/IZ 29agosto 2020