Agência Panafricana de Notícias

UA quer criar sistema de alerta multirrisco para mudança climática

Windhoek, Namíbia (PANA) – A Comissão União Africana (CUA) esforça-se para criar um sistema de alerta multirrisco, declarou o diretor do Ambiente Duradoura nesta instituição pan-africana, Harsen Nyambe.

Em entrevista à PANA, Nyambe declarou que a maioria dos países africanos criaram sistemas de alerta precoce para catástrofes ligadas à mudança climática, nomeadamente inundações, mas que a resposta às epidemias e outras urgências sanitárias  continua caótica.

“Pensamos que deveria haver um sistemas multirrisco para fazer face aos efeitos da mudança climática, que seria gerido debaixo dum mesmo teto”, indicou. 

Axrecentou que os climatólogos fornecem atualizações regularmente que ajudam os países a preverem melhor as catástrofes e riscps climáticos, como epidemias potenciais, e que prestam serviços climáticos para a ação humanitária.

Revelou igualmente que a maioria dos países estão confrontados com uma situação onde as estratégias de resposta à mudança climática não são coordenadas a partir de um ponto único.

Frisou também que vários aspetos de resposta climática decorrem de diferentes entidades, e que, em alguns casos, funcionários encarregues da mudança climática provém dum Ministério dos Transportes e Infraestruturas.

A seu ver, os esforços que visam a reduzir as emissões de gás com efeito de estufa são envidados de maneira descoordenada, o aque implica redudâncias e, às vezes, uma falta de apoio orçamental do Estado.

Sublinhou a necessidade, para os países africanos, de organizarem corretamente os seus mecanismos de resposta à mudança climática a fim de atraírem financiamentos.

As estratégias de luta contra a mudança climática não estão a ser  implementadas corretamente porque são consideradas como um encargo orçamental, e os recursos necessários, como veículos, não são disponibilizados, lamentou.

Na ótica da UA, para responderem de maneira adequada à mudança climática, os países africanos devem estar em condições de obter financiamentos quer ao nível local quer internacional a fim de financiar os seus programas de luta contra  este fenómeno.

Informou que, graças a serviços financiados pela União Europeia (UE), no quadro de um projeto de 85 milhões de euros, o program de serviços climáticos e programas conexos da UA-África-Caraíbas-Pacífico (ClimSA), os países africanos podem receber relatórios sobre a avaliação do impacto climático a fim de tomarem decisões em matéria de luta contra o fenómeno.

Por sua vez, o comissário da CUA encarregue da Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul  e Ambiente Sustentável, Moses Vilakati, declarou que esta luta carece de financiamentos.

No seu entender, a resposta aos riscos climáticos necessita de financiamentos para permitirem a rearborização, o restauro de florestas, a agroflorestação e a agricultura biológica e a preparação das terras agrícolas e o uso de novas técnicas agrícolas.

Estes meios, prosseguiu, permitem o aumento das possibilidades das precipitações, ajudando ao mesmo tempo os países a lutarem contra a exploração florestal ilegal e outras práticas que empobrecem as florestas.

África está presentemente confrontada com um défice de financiamento, na ordem de 250 mil milhões de dólares americanos por ano e precisa de um financiamento indondicional para alcançar os objetivos de redução das emissões de gás com efeito de estufa, fixados no acordo de Paris sobre o clima.

Todavia, o continente negro obtém atualmente 30 mil milhões de dólares americanos, ou seja, 12 por cento das suas necessidades anuais, para fazer face a esta catástrofe, segundo a CUA.

-0- PANA AO/MA/NFB/JSG/SOC(DD 10julho2025