Agência Panafricana de Notícias

Treze mortos em manifestação no Quénia

Nairobi, Quénia (PANA) - Nairobi, Quénia (PANA) - Treze pessoas morreram em confrontos entre manifestantes e a política, decorridos terça-feira última, quando estes assaltaram o Parlamento, protestando contra uma lei sobre a alta dos impostos no país, soube a PANA de fonte oficial. 

Segundo o presidente da Associação dos Médicos do Quénia, Simon Kigondu, citado pela imprensa, o número de mortos e de feridos pode ter aumentado, porque, frisou, a polícia disparou com balas reais contra os manifestantes.

Milhares de pessoas protestavam contra o projeto de lei de finanças adotado pelo Parlamento, na manhã da mesma terça-feira, e que terá resultado numa alta dos preços.

Ainda assim, organizadores destas manifestações continuam determinados a prosseguir com esta campanha contra a lei fiscal.

Reagindo terça~feira última à noite ao sucedido, num programa difundido pelo canal televisivo Citizen TV, o Presidente queniano, William Ruto, prometeu uma "resposta completa e rápida" a esta perturbação social.

Acrescentou que medidas serão tomadas para evitar que as mesmas voltem a acontecer, segundo o Citizen TV.

O chefe do Estado qualificou de “traição” a violação do Parlamento e comprometeu-se a intervir contra organizadores e financiadores das mesmas.

O Governo anunciou terça-feira o desdobramento do Exército para ajudar a polícia a controlar a situação, disse desta feita o jornal La Gazette, na sua edição da terce-feira.

O advertimento 7861 foi publicado pelo secretário do Gabinete para a Defesa e presidente do Conselho de Defesa,  Aden Bare Duale.

"...As forças de defesa do Quénia estão desdobradas desde 25 de junho de 2024, em apoio aos serviços da polícia nacional, em resposta à emergência securitária causada por atos de violência cometidos durante estas manifestações em diversas partes da República do Quénia que resultaram na destruição e violação de infraestruturas essenciais", anunciou Duale.

Por sua, a União Africana (UA), os Estados Unidos, o Reino Unido, entre outros países do mundo, expressaram a sua preocupação face à violência e condenaram o rapto e o assassinato de manifestantes durante a agitação social, informou Citizen TV.

O presidente da Comissão da UA (CUA), Moussa Mahamat Faki, exortou a todas as partes envolvidas a darem provo de calma, abstendo-se de qualquer novo ato violento.

Aconselhou-lhes a comprometerem-se com um diálogo construtivo para abordar questões litigiosas que culminaram com as manifestações e isto no interessa supremo do Quénia, segundo um comunicado da UA.

“Constatamos que a Constituição queniana garante o direito de se manifestar pacificamente. Todos os atores têm a responsabilidade de respeitar, apoiar, promover e implementar princípios da democracia e do Estado de direito, dando nomeadamente uma resposta proporcionada em matérira de segurança”, defenderam diplomatas presentes no Quénia.

“Saudamos a declaração da ilustre juiza em chefe, Martha Koome, mas estamos profundemente preocupados com alegações de rapto de manifestantes”, acrescentaram.

Recomendaram "um compromisso cívico de todos quenianos no tratamento de questões de interesse público vital."

Do seu lado, o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou à polícia e às forças de segurança para darem prova de moderação, por um lado, e, por outro, exortou aos manifestantes a ficarem calmos.

Por seu turno, o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, considerou “importante” que os direitos humanos sejam  respeitados.

“É muito importante que o direito das pessoas a manifestarem-se pacificamente seja respeitado”, reiterou.

-0- PANA MA/BAI/IS/DD 26Junho2024