PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Perito adverte de favoritismo contra pequenos agricultores em África
Nova Deli, Índia (PANA) – Um eminente perito em nutrição da Cornell University, nos Estados Unidos, chamou a atenção dos Governos africanos sobre a cessão de importantes parcelas de terras cultivadas por pequenos exploradores a multinacionais e países de rendimentos médios, o que, a seu ver, pode exacerbar a insegurança alimentar nos seus respetivos países.
Per Pinstrup-Andersen, professor especialista da alimentação, nutrição e política pública em Corneil University, declarou que, apesar da contribuição de países de rendimendos médios em termos de materiais de investimento e de empresas para a agricultura, na origem dum aumento da produção alimentar, no sentido global do termo, esta situação não é benéfica para as populações vulneráveis em África que são desnutridas.
Ele afirmou que a alimentação produzida em África por estes investidores estrangeiros se destina às populações desnutridas, como as que estão no Koweit, na Árabia Saudita e noutros países de rendimentos médios.
"A minha preocupação é que assistimos a uma deterioração trágica do bem-estar dos pequenos exploradores que cultivaram estas terras durante muito tempo mas que não conseguiram obter títulos de terra. Por exemplo, na Etiópia, não se pode dispor do título de terra que se cultiva, pois o Governo pode pedir-lhes para deixar esta terra para investidores do exterior", deplorou esta sexta-feira Pinstrup-Andersen em Nova Deli, na Índia, onde está a decorrer uma conferência mundial sobre a avaliação das vias e dos meios de aumentar a contribuição da agricultura para uma melhor nutrição e uma melhor saúde das populações vulneráveis.
Ele sugeriu aos Governos africanos para ajudarem os pequenos exploradores a investirem na construção de estradas, na gestão de sistemas de canalização de águas, nas facilidades de crédito, na pesquisa e na tecnologia a fim de que (os fazendeiros) possam desenvolver a produção.
"Infelizmente, a maioria dos Governos africanos não têm recursos e precisam da assistência do exterior. Mas os próprios Governos devem fixar as prioridades e, se não derem prioridade aos investimentos nas zonas rurais, os seus países não estarão em condições de desenvolver a sua produção alimentar para satisfazer as procuras futuras", lamentou.
Para ele, os países africanos não devem deixar a comunidade internacional fixar as suas prioridades, acrescentando que os Governos africanos devem fazê-lo eles próprios e realizar investimentos que estão ao seu alcance.
Pinstrup-Andersen frisou que "ignorar a agricultura, é ignorar oportunidades de crescimento em África ".
Ele citou a Etiópia, o Gana e, numa mínima medida, o Uganda, como sendo os países estão a investir muito na agricultura e no desenvolvimento agrícola.
Ele declarou-se, no entanto, dececionado que a maioria dos países africanos não invistam como decidiram no quadro do Programa Global de Desenvolvimento Agrícola para África (CAADP) da Nova Parceria para o Desenvolvimento em África (NEPAD).
No quadro do CAADP aprovado em 2003, os líderes africanos prometeram em 2008 conceder 10 porcento do seu orçamento nacional à agricultura.
"A conferência será um sucesso se atrair a atenção sobre a importância de introduzir objetivos ligados à nutrição e à saúde no desenvolvimento agrícola. Mas é precisa uma grande atenção. A atenção é a primeira etapa, a segunda etapa é criar a ação e, para tal, precisa-se de recursos. Portanto, os votos piedosos não bastam, devemos ultrapassar esta fase de boas palavras e fazer investimentos para o desenvolvimento rural e a promoção do bem-estar dos fazendeiros", afirmou Pinstrup-Andersen.
A conferência de três dias, que decorre sob o lema « Impulsar a Agricultura para Melhorar a Saúde e Nutrição », iniciada quinta-feira na capital indiana, reúne peritos encarregues de estudar vias e meios suscetíveis de permitir à agricultura melhorar a saúde e a nutrição das populações pobres dos países em desenvolvimento.
O Instituto Internacional de Pesquisa sobre as Políticas Alimentares (IFPRI), que organiza a conferência, afirma que cerca de um bilião de pessoas morrem de fome diariamente e não têm acesso à alimentação de que precisam para o seu crescimento, ao passo que vários biliões de outras sofrem dum défice de micro-nutrimentos, tais como o ferro, a vitamina A e o zinco.
-0- PANA MM/SEG/NFB/TBM/FK/DD 11fev2011
Per Pinstrup-Andersen, professor especialista da alimentação, nutrição e política pública em Corneil University, declarou que, apesar da contribuição de países de rendimendos médios em termos de materiais de investimento e de empresas para a agricultura, na origem dum aumento da produção alimentar, no sentido global do termo, esta situação não é benéfica para as populações vulneráveis em África que são desnutridas.
Ele afirmou que a alimentação produzida em África por estes investidores estrangeiros se destina às populações desnutridas, como as que estão no Koweit, na Árabia Saudita e noutros países de rendimentos médios.
"A minha preocupação é que assistimos a uma deterioração trágica do bem-estar dos pequenos exploradores que cultivaram estas terras durante muito tempo mas que não conseguiram obter títulos de terra. Por exemplo, na Etiópia, não se pode dispor do título de terra que se cultiva, pois o Governo pode pedir-lhes para deixar esta terra para investidores do exterior", deplorou esta sexta-feira Pinstrup-Andersen em Nova Deli, na Índia, onde está a decorrer uma conferência mundial sobre a avaliação das vias e dos meios de aumentar a contribuição da agricultura para uma melhor nutrição e uma melhor saúde das populações vulneráveis.
Ele sugeriu aos Governos africanos para ajudarem os pequenos exploradores a investirem na construção de estradas, na gestão de sistemas de canalização de águas, nas facilidades de crédito, na pesquisa e na tecnologia a fim de que (os fazendeiros) possam desenvolver a produção.
"Infelizmente, a maioria dos Governos africanos não têm recursos e precisam da assistência do exterior. Mas os próprios Governos devem fixar as prioridades e, se não derem prioridade aos investimentos nas zonas rurais, os seus países não estarão em condições de desenvolver a sua produção alimentar para satisfazer as procuras futuras", lamentou.
Para ele, os países africanos não devem deixar a comunidade internacional fixar as suas prioridades, acrescentando que os Governos africanos devem fazê-lo eles próprios e realizar investimentos que estão ao seu alcance.
Pinstrup-Andersen frisou que "ignorar a agricultura, é ignorar oportunidades de crescimento em África ".
Ele citou a Etiópia, o Gana e, numa mínima medida, o Uganda, como sendo os países estão a investir muito na agricultura e no desenvolvimento agrícola.
Ele declarou-se, no entanto, dececionado que a maioria dos países africanos não invistam como decidiram no quadro do Programa Global de Desenvolvimento Agrícola para África (CAADP) da Nova Parceria para o Desenvolvimento em África (NEPAD).
No quadro do CAADP aprovado em 2003, os líderes africanos prometeram em 2008 conceder 10 porcento do seu orçamento nacional à agricultura.
"A conferência será um sucesso se atrair a atenção sobre a importância de introduzir objetivos ligados à nutrição e à saúde no desenvolvimento agrícola. Mas é precisa uma grande atenção. A atenção é a primeira etapa, a segunda etapa é criar a ação e, para tal, precisa-se de recursos. Portanto, os votos piedosos não bastam, devemos ultrapassar esta fase de boas palavras e fazer investimentos para o desenvolvimento rural e a promoção do bem-estar dos fazendeiros", afirmou Pinstrup-Andersen.
A conferência de três dias, que decorre sob o lema « Impulsar a Agricultura para Melhorar a Saúde e Nutrição », iniciada quinta-feira na capital indiana, reúne peritos encarregues de estudar vias e meios suscetíveis de permitir à agricultura melhorar a saúde e a nutrição das populações pobres dos países em desenvolvimento.
O Instituto Internacional de Pesquisa sobre as Políticas Alimentares (IFPRI), que organiza a conferência, afirma que cerca de um bilião de pessoas morrem de fome diariamente e não têm acesso à alimentação de que precisam para o seu crescimento, ao passo que vários biliões de outras sofrem dum défice de micro-nutrimentos, tais como o ferro, a vitamina A e o zinco.
-0- PANA MM/SEG/NFB/TBM/FK/DD 11fev2011