Agência Panafricana de Notícias

PM quer levantamento de embargo sobre armas imposto à República Centroafricana

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – O primeiro-ministro interino da República Centroafricana (RCA), André Nzapayeke, advogou segunda-feira o levantamento do embargo sobre armas imposto pela Organização das Nações Unidas ao seu país.

A RCA deve equipar o seu Exército para garantir a segurança das eleições previstas para 2015, declarou Nzapayeke durante a abertura duma reunião do Grupo Internacional de Contacto sobre a RCA em Addis Abeba, na Etiópia, que serviu para discutir um plano político e de segurança para este país em dificuldade.

"Eles deveriam ter levantar o embargo sobre as armas num momento oportuno para que a RCA possa reconstruir o seu Exército. Gostaríamos de ter um Exército disciplinado e apartidário. Desejamos que a comunidade internacional nós apoie », disse o responsável ao Grupo de Contacto.

De facto, o Conselho de Segurança da ONU impôs este embargo sobre as armas à RCA a 5 de dezembro de 2013, deve o mesmo vigorar até a 28 de janeiro de 2015, e sanções a antigos altos responsáveis do Governo centroafricano.

O primeiro-ministro sublinhou que o desarmamento e a desmobilização das milícias na RCA devem fazer parte das reformas globais do setor da segurança.

«O Desarmamento, a Desmobilização e a Reintegração (DDR) e as reformas do setor da segurança devem constituir um todo", declarou Nzapayeke.

Referiu que o Grupo Internacional de Contacto, que agrupa atores principais da África Central, da ONU e da União Africana, reuniu-se segunda-feira última em Addis Abeba para examinar os progressos em matéria de segurança na RCA.

Informou que o encontro examinou esta situação desde a sua última reunião em março de 2014, no Congo-Brazzaville, que versou sobre elementos dum roteiro político na RCA.

«Acho que se lembram que, durante a nossa última reunião em Brazzaville, a 21 de março de 2014, sublinhámos a necessidade dum engajamento político mais apoiado dos atores da África Central para consolidarmos as conquistas em matéria de segurança graças a uma ação combinada da MISCA e da operação Sangaris (França)», declarou Smail Chergui, comissário da União Africana para a Paz e Segurança.

A ONU e a UA insistem em sublinhar que a responsabilidade de resolver a crise na RCA cabe às populações centroafricanas e que «não podemos substituí-las», sublinhou Chergui.

O responsável da UA declarou que a reunião do Grupo de Contacto deveria reiterar a sua advertência enérgica a todos os anarquistas e o engajamento da comunidade internacional de os responsabilizar pelos seus atos.

« As sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, em virtude da resolução de 2134, devem ser rigorosamente aplicadas e estendidas se necessário a todos os que insistem em estorvar os esforços em curso », frisou Chergui.

A reunião decorre nove semanas antes da transferência da autoridade da MISCA à Missão das Nações Unidas para a Estabilização da República Centroafricana (MINUSCA).

Chergui declarou que a UA e os Estados da África Central saudaram a transferência de autoridade à ONU esperando que o desdobramento vai abrir uma perspetiva nova e promissora para a RCA.

-0- PANA AO/VAO/AKA/BEH/SOC/MAR/DD 08julho2014