Agência Panafricana de Notícias

ONU prolonga embargo de armas sobre RD Congo

Kinshasa- RD Congo (PANA) -- O Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu, , numa resolução adoptada por unanimidade terça-feira, prolongar até 30 de Novembro de 2010 o embargo de as armas com destino à República Democrática do Congo (RDC).
A resolução revelou igualmente a presença duma rede de apoio internacional aos grupos armados que operam no leste do país.
Segundo a rádio Okapi da Missão da ONU na RDC (MONUC), os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas estão determinados a continuar a supervisionar atentamente a aplicação deste embargo de armas imposto ao país.
A decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas exigiu igualmente do Governo congolês e da MONUC a sua colaboração com o grupo de peritos encarregue da supervisão do embargo, ao trocar informações sobre as entregas de armas, os itinerários usados e as minas estratégicas.
O órgão das Nações Unidas mostrou-se igualmente preocupado com a permeabilidade das fronteiras da RDC e com o respeito da lei.
Ele sublinhou, neste sentido, a necessidade do reforço das capacidades das instituições e dos organismos da RDC encarregues do respeito da lei e do controlo das fronteiras.
Para o Conselho de Segurança, a presença de grupos armados e milícias no leste da RDC, em particular no Kivu Sul e Norte, bem como em Ituri, constitui uma das principais causas da situação de conflito que atravessa o país há mais de duas décadas.
A ONU apelou a estes grupos armados, em particular às Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR) e ao Exército de Resistência do Senhor (LRA), a depor "imediatamnete" as armas e a pôr termo aos seus ataques contra os civis.
Segundo informações publicadas pela rádio Okapi, os rebeldes hutus ruandeses teriam construído uma rede de financiamento e de apoio internacional, que aborta qualquer tentativa da sua neutralização.
As informações indicam que os rebeldes das FDLR receberam o apoio dos membros de organizações caritativas estrangeiras e conseguem exportar minérios, ao passar por intermediários, entre os quais companhias britânicas, malaias e tailandesas, que comprariam pedras saídas das minas controladas por rebeldes.
"As FDLR continuam a recrutar e a reinstalam-se em numerosas zonas de onde elas foram expulsadas durante as operações militares Kimia II.
Desde então, elas usaram as suas redes de apoio regionais e internacionais para conseguir armas e exportar minérios para a Europa ou para os Emirados", acrescentou a rádio Okapi.
Dois líderes da FDLR, recentemnte presos na Grã-Bretanha, estariam implicados em transferências de armas e branqueamento de dinheiro proveniente das vendas ilegais deste minérios, segundo a rádio da MONUC.