Agência Panafricana de Notícias

ONU precisa de $ 30 milhões para julgamento de Charles Taylor

Nova Iorque- Estados Unidos (PANA) -- O Tribunal Especial das Nações Unidas para a Serra Leoa necessita de 30 milhões de dólares americanos para concluir, até o próximo ano, o julgamento do antigo Presidente liberiano, Charles Taylor, acusado de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e outras violações do direito internacional humanitário durante a guerra civil serreleonesa entre 1996 e 2002.
A presidente do tribunal, Renate Winter, fez o anúncio quinta-feira em Nova Iorque, nos Estados Unidos, durante uma sessão de informação do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre os trabalhos do tribunal.
Uma cópia da intervenção de Renate Winter diante do Conselho de Segurança, enviada à PANA, indica que "no total o tribunal necessitará de cerca de 30 milhões de dólares americanos para concluir o seu mandato com sucesso".
De acordo com ela, "esta falta de fundo poderá levar-nos a interromper o nosso trabalho, o que terá consequências desastrosas para os grandes esforços consentidos pelo Conselho para o restabelecimento da paz na Serra Leoa e na Libéria".
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, enviou em Março de 2008 cartas de apoio aos Estados membros do tribunal para aliviar a situação financeira do órgão judicial.
Charles Taylor faz face a 11 acusações de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e outras graves violações da lei humanitária internacional incluindo crimes colectivos, mutilações, violações, escravidão sexual e recrutamento de crianças soldados.
Estes crimes terão sido cometidos durante a guerra civil duma década que destruiu a Serra Leoa, país fronteiriço com a Libéria.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizou a organização do julgamento em Haia, na Holanda, por razões de segurança e conveniência.
O tribunal, criado em Janeiro de 2002 por um acordo entre o Governo serraleonês e as Nações Unidas, foi delegado para julgar "as pessoas com as maiores responsabilidades", de crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos na Serra Leoa depois de 30 de Novembro de 1996.
Em conformidade com um acordo concluído com o Reino Unido, o ex Presidente liberano será detido neste país caso seja condenado.