Agência Panafricana de Notícias

Novas violências no Largo Tahrir no Cairo

Cidade do Cairo, Egito (PANA) – Confrontos eclodiram terça-feira à noite no Largo Tahrir do Cairo onde manifestantes lançaram pedras e coquetéis Molotov contra as forças de segurança que ripostaram atirando granadas lacromogéneas, constatou a PANA no local.

As altercações aconteceram após a detenção de várias pessoas por motins e destruição de bens públicos e privados perto de Balloon Theatre, no bairro de Agouza, na cidade capital.

As famílias dos mártires da Revolução de 25 de janeiro, que organizaram uma marcha de protesto no ministério do Interior, foram aparentemente infiltradas por indivíduos incontroláveis que desencadearam os confrontos que provocaram vários feridos e numerosas detenções.

Na sequência destas detenções, as convulsões atingiram o Largo Tahrir, onde milhares de pessoas se reuniram muito cedo na manhã desta quarta-feira.

Os que se reuniram no Largo Tahrir protestaram contra a lentidão do julgamento dos principais líderes do deposto regime do ex-Presidente Hosni Mubarak, em particular o ex-ministro do Interior Habib Al-Adly, cujo processo por presumível massacre de manifestantes, durante a revolução, foi adiado para finais de julho próximo.

O ministério do Interior ordenou a retirada das suas forças do célebre Largo Tahrir, o epicentro das manifestações que derrubaram o então Presidente Hosni Mubarak.

Restava apenas uma centena de pessoas neste local esta quarta-feira de manhã e a situação está geralmente calma.

O Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) alertou a nação para uma tentativa organizada de desestabilizar a segurança nacional e provocar uma divisão entre o povo e as forças de segurança.

O primeiro-ministro interino, Essam Sharaf, divulgou um comunicado similar, que, à semelhanla do do CSFA, não especificou, no entanto, os responsáveis por esta tentativa de desestabilização.

O Egito dissvolveu oficialmente terça-feira os seus conselhos municipais, dominados pelos membros do Partido Nacional Democrata (PND), ex-partido no poder.

No entanto, eleições legislativas e presidenciais estão previstas para o fim deste ano neste país que já não tem Parlamento.

Paralelamente, a Federação Egípcia de Futebol decidiu esta quarta-feira adiar o jogo do campeonato decisivo entre os dois clubes mais populares do Egito, designadamente o Al Ahly e o Zamalek, para uma data por anunciar, a pedido do ministério do Interior, na sequência dos últimos incidentes ocorridos no país.

-0- PANA MI/SEG/FJG/TBM/FK/DD 29junho2011