Morreu opositor e ex-primeiro-ministro do Togo
Lomé, Togo (PANA) - O líder do Comité de Ações para a Renovação (CAR) e ex-primeiro ministro do Togo, Mestre Yawovi Madjé Agboyibo, morreu no último fim de semana em França, soube a PANA de fontes seguras em Lomé.
No terreno e nas primeiras horas da luta pela democracia, pelo Estado de Direito e pela mudança em 1990, este advogado, ainda próximo do poder (deputado da Coligação do Povo Togolês, partido único), conseguiu convencer o general Eyadema Gnassingbé, ex-Presidente do Togo (de 1967 a 2005), a abrir-se ao sistema multipartidário e introduzir o país num processo de abertura democrática.
Aproveitando-se desta aproximação junto de Eyadema, cujo poder vacilava após várias manifestações populares que exigiam mais democracia e direitos humanos, Agboyibo usou a astúcia para convencer então homem forte do país a criar a Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), uma instituição de que ele foi o primeiro presidente.
Ele criou a então Frente de Associações para a Renovação (FAR) e, depois, o Comité de Ação para a Renovação (CAR), um dos partidos mais potentes da oposição togolesa naquela época, ao lado do Partido das Forças de Mudança (PFC) de Gilchrist Olympio (então opositor), atual União de Forças para Mudança (UFC), bem como a Convenção Democrática dos Povos Africanos (CDPA) de Leopold Messan Gnininvi.
Em 2006, ele tornou-se no primeiro-ministro do Togo após um acordo entre o então Governo e a oposição num contexto difícil.
Cedeu a presidência da sua formação política ao seu delfim, Paul Dodji Apevon, sem no entanto lhe dar a liberdade de dirigir o partido.
Retomará a liderança depois duma confusão entre o seu delfim e ele.
Atualmente, o CAR perdeu o terreno na cena política nacional, refere-se.
Muito finório, ele marcou a vida política nacional durante mais de duas décadas com uma confusão nas suas ações e nos seus interesses como advogado.
Faz parte das grandes figuras da oposição no Togo que fizeram muitos sacrifícios para a conquista dos direitos e das liberdades sob o regime do general Eyadema, que governava, com a mão de ferro, o país até à sua morte em 2005, após 38 anos de poder ditatorial.
-0- PANA FAA/TBM/MAR/DD 1junho2020