Agência Panafricana de Notícias

Mauritânia denuncia massacre de nacionais seus no Mali e exige inquérito

Nouakchott, Mauritânia (PANA) - O Governo mauritano denunciou vivamente o massacre, sábado à noite, pelo Exército maliano, de 16 pregadores muçulamanos, incluindo 13 mauritanos, e exige a abertura de um inquérito "indepdentente e sério" ao qual deverá ser associado.

O incidente ocorreu na localidade de Diabali, na região de Ségou, a cerca de 400 quilómetros a norte da capital maliana, Bamako, onde um veículo que transportava um grupo de predicadores afiliados à confraria muçulmana Daawa, vindos da fronteira mauritana com destino a Bamako, foi metralhado por militares malianos.

Numa declaração divulgada domingo à noite, em Nouakchott, o Governo mauritano diz-se "profundamente indiganado" por este "ato inqualificável e cometido a sangue frio".

A Mauritânia exige "a abertura diligente de um inquérito independente, para elucidar as circunstâncias deste crime e identificar os autores para responderem em juízo, e ao qual deseja vivamente ser associada".

Por seu turno, o Governo maliano, que despachou o seu ministro dos Negócios Estrangeiros a Nouakchott, fala em "um incidente dramático" e anunciou a abertura de um inquérito".

Este massacre de predicadores muçulmanos ocorre num contexto militar e de segurança sub-regional grave, marcado pela ocupação das três regiões do norte do Mali por diversos grupos terroristas, saídos da nebulosa Al-Qaeda para o Magrebe Islâmico (AQMI) e dos rebeldes tuaregues.

-0- PANA SAS/JSG/IBA/MAR/IZ 10set2012