Agência Panafricana de Notícias

Manifestações retomam-se em Lomé para exigir regresso à Constituição de 1992

Lomé, Togo (PANA) - As manifestações da coligação da oposição togolesa para reclamar pelo regresso à Constituição de 1992 e "garantir uma passagem concertada e consensual da ditadura atual a um verdadeiro regime democrático" e reformas políticas retomaram-se, terça-feira, no fim da manhã, em Lomé, constatou a PANA.

Vários milhares de militantes invadiram as ruas com fervor por reformas e com os líderes da oposição à sua frente.

O cortejo que rumou para Gakpoto (zona Bé, sudeste de Lomé) foi liderado pelo chefe da oposição, Jean-Pierre Fabre, por Dodji Apévon (FDR) e por Fulbert Atisso do Togo Outramente.

Por seu turno, o do bairro Atikoumé, no noroeste de Lomé, foi dirigido por Brigitte Adjamagbo-Johnson (CDPA) e Nathaniel Olympio do Partido dos Togoleses.

Nas bandeirolas dos manifestantes podia ler-se: "Basta de 50 anos de ditatura sanguinária"!, "Marcel De Souza, cúmplice da ditadura no Togo" (alusão ao atual presidente da Comissão da CEDEAO e cunhado do atual Presidente da rRepública, Faure Gnassingbé).

Numa multidão em Adewui, bairro reputado próximo do poder, uma pessoa que possuia uma longa faca foi detida pelo serviço de ordem da oposição como suspeito de fazer parte das milícias que reprimiram e perturbaram as manifestações da oposição, a 17 de outubro último em Lomé.

Vários militantes interrogados pela PANA dizem-se confiantes no fim destas manifestações, depois de o regime libertar, segunda-feira, véspera das manifestações, 42 pessoas detidas e condenadas, restituir as motocicletas apreendidas pela Polícia a 7 de setembro último bem como levantar o controlo judicial de Jean-Pierre Fabre depois do incêndio dos mercados de Lomé e de Kara, em janeiro de 2013.

A oposição, através das manifestações desde agosto passado, reclama por reformas políticas e uma alternância no poder no Togo.

-0- PANA FAA/BEH/MAR/IZ 07nov2017