Agência Panafricana de Notícias

Líderes muçulmanos mauritanos opostos à guerra no Mali

Nouakchott, Mauritânia (PANA) - Ulemas e eruditos mauritanos exprimiram a sua oposição à guerra protagonizada pelas tropas malianas e francesas para a reconquista do norte do Mali, ocupado há mais de nove meses por grupos islamitas terroristas aliados à Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), indica uma declaração enviada quarta-feira à PANA.

Os religiosos muçulmanos mauritanos denunciam "uma guerra levada a cabo pelos inimigos do Islão e cujo objetivo é essencialmente a ocupação do norte do vizinho Mali".

A declaração convida "os muçulmanos a constituir um escudo para proteger os irmãos agredidos" e adverte o Governo mauritano de qualquer tentativa de oferecer assistência aos que desencadearam esta guerra.

A Mauritânia e o Mali partilham dois mil quilómetros de fronteiras comuns e esta proximidade geográfica tem importantes implicações sociológicas e humanas.

Durante muito tempo favorável a negociações e contra uma ação militar, o Presidente mauritano, Mohamed Ould Abdel Aziz, anunciou o apoio do seu país à operação "Serval" engajada por França, precisando que a Mauritânia estava pronta para ajudar o Mali se for solicitada.

O Presidente Abdel Aziz fez estas declarações em Dubai (Emirados Árabes Unidos) depois duma reunião com o Presidente francês, François Hollande, à margem da Cimeira Mundial sobre as Energias Futuras.

A Coordenação da Oposição Democrática (COD) exprimiu, por seu turno, várias vezes a sua rejeição da participação do Exército nacional numa guerra de libertação do norte do Mali.

-0- PANA SAS/JSG/MAR/TON 16jan2013