Agência Panafricana de Notícias

Jornalistas zambianos denunciam violência política

Lusaka- Zâmbia (PANA) -- Uma marcha pacífica de jornalistas zambianos decorreu sexta-feira última para denunciar aquilo que eles consideram como "uma violência política crescente" contra a sua corporação.
Henry Kabwe, o presidente do Instituto da África Austral para a Imprensa na Zâmbia (MISA-Zambia), indicou nessa ocasião que as condições de trabalho dos jornalistas não estão favoráveis para a realização de reportagens objectivas.
"Estamos reunidos aqui para pedir a protecção.
Solicitamos a protecção da Polícia.
Os jornalistas são cidadãos de pleno direito deste país e gozam dos direitos humanos como qualquer outro cidadão, e são estes direitos lá que pedimos ao Governo e à Polícia", frisou Kabwe diante duma multidão entusiasta de jornalistas e simpatizantes.
Os jornalistas, que deveriam marchar do Supremo Tribunal de Justiça para a Presidência da República, onde teriam depositado uma petição, optaram pela trajectória MISA-Zambia-Centro Internacional de Conferência de Mulungushi, onde apresentaram a sua petição ao Vice-Presidente, George Kunda, porque o chefe do Estado Rupiah Banda se deslocou à África do Sul por razões de saúde.
Kunda aceitou a petição entregue pelos manifestantes, reconheceu no entanto que a violência não deverá ser uma solução nem para os políticos fanáticos nem para os próprios jornalistas.
"A violência não deverá ser uma resposta.
Os que se engajam na violência farão face à lei em todo o seu rigor", disse o Vice-Presidente zambiano aos jornalistas maioriariamente vestidos de preto.
A manifestação dos jornalistas segue-se à recente detenção do editor em chefe do jornal Le Post, Chansa Kabwela, por publicação de fotos pornográficas que mostram uma mulher parindo em público durante a recente greve dos trabalhadores da saúde.
Kabwela, que foi ouvido por um tribunal correccional quinta-feira última, negou os factos de que é acusado mas o seu julgamento foi adiado para a próxima semana.
A semana passada, quatro jornalistas zambianos foram atacados pelos quadros do Movimento para a Democracia e Multipartidarismo (MMD, no poder), enquanto eles esperavam o Presidente Banda que estava de viagem oficial no Uganda.
Charles Chalwe, um dos fanáticos do MMD, que teria participado na briga, detido desde então e julgado quinta-feira última por um tribunal por agressão, negou as acusações retidas contra ele mas o seu julgamento vai igualmente decorrer na próxima semana.
Dois dos jornalistas atacados são empregados pelo jornal de Estado, o Times of Zâmbia", enquanto os dois outros são do jornal Le Post.