Agência Panafricana de Notícias

Conselho Militar no poder forma Conselho Consultivo Civil no Egito

Cairo, Egito (PANA) – O chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), no poder no Egito, marechal Mohamed Hussein Tantawy, decretou a instalação dum Conselho Consultivo Civil, soube-se sexta-feira de fonte oficial na capital egípcia, Cairo.

Segundo o CSFA, trata-se de um conselho integrado por 30 líderes políticos e intelectuais, com a missão de ajudar a preparar a legislação para as próximas eleições presidenciais no país a realizar-se antes de finais de junho de 2012.

O novo Conselho Consultivo vai igualmente preparar o terreno para a redação da primeira Constituição egípcia pós-revolução e a supervisão dos tratados internacionais.

O movimento islâmico "Irmãos Muçulmanos" que, com o seu Partido de Liberdade e Justiça (PLJ), venceu cerca de 48 porcento dos assentos no Parlamento (Câmara Baixa) durante a primeira das três fases das eleições legislativas, reagiu com fúria a esta nova medida do CSFA.

Mohamed Al-Katany, um dos altos responsáveis do PLJ, declarou à imprensa local que os Irmãos Muçulmanos boicotarão este Conselho por recear que ele "eclipse" o Parlamento.

Al-Katany advertiu contra qualquer prorrogação do papel deste Conselho depois de a Nação eleger livremente um Presidente civil, naquilo que os analistas consideram como sinais claros de uma luta pelo poder entre o CSFA e os Irmãos Muçulmanos.

Mas um porta-voz do CSFA afirmou quinta-feira que o papel do Conselho Consultivo cessará após o período de transição.

Os Irmãos Muçulmanos, assegurados duma larga maioria no Parlamento, não querem uma "ingerência" na redação da Constituição por parte de pessoas não eleitas, como as designadas pelo CSFA para formar o Conselho Civil.

Os Irmãos Muçulmanos revelam-se frustrados pela declaração do CSFA de que o PLJ só poderá exercer o seu direito a formar, com os seus aliados, um Governo no Egito, após as eleições presidenciais.

A primeira reunião do Conselho Consultivo está prevista para este domingo, e, segundo os
observadores, este órgão deverá ser liderado pelo candidato presidencial Amr Moussa, antigo secretário-geral da Liga dos Estados Árabes (LEA).

Outros candidatos presidenciais, como o antigo diretor da Agência Internacional para a Energia Atómica, Mohamed Al-Baradei; e o antigo líder dos Irmãos Muçulmanos, Abdel Moneim Aboul Foutouh, declararam não querer fazer parte deste Conselho.

-0- PANA MI/SEG/FJG/JSG/IBA/FK 10dez2011