Agência Panafricana de Notícias

AI exige investigação sobre baleamento de jornalista por desconhecidos em Maseru

Nairoibi, Quénia (PANA) – A Amnistia Internacional (AI) pede às autoridades do Losoto para abrirem um inquérito independente e imparcial sobre o baleamento, sábado último em Masedru, a capital do Lesoto, do editor do jornal Lesoto Times, Liyord Mutungamiri.

Numa declaração à imprensa, a AI disse que a vítima foi abandonado num estado crítico num hospital depois de baleado, gravemente.

A organização exortou as autoridades lesotanas a julgarem os responsáveis por este crime e velarem para que jornalistas do Lesoto possam trabalhar livremente e sem ameaças à sua segurança.

Mutungamiri foi atacado quando chegava à sua casa em Ha Thamae, em Maseru, tendo sofrido lesões graves e, consequentemente, sido internado no Hospital Queen Mamohato Memorial em Maseru.

« O atentado deplorável contra a vida do editor do Lesoto Times é igualmente um atentado contra o direito à liberdade de expressão. As autoridades devem esforçar-se para examinarem este ato e julgarem todos quantos estejam implicados diante da justiça », declarou Muleya Mwananyanda, diretor adjunto de AI para a África Austral.

A 5 de julho de 2016, um editor do jornal Basildon Peta foi acusado de difamação e de injúria depois de o seu jornal ter divulgado uma crónica satírica sob o nome de Scrutator, em alusão à influência dum tenente–general, Tlali Kamoli.

Os disparos contra Lloyd Mutungamiri preocuparam os jornalistas na sala de imprensa do Lesoto Times que receiam pelas suas vidas face ao fiasco da aplicação, pelas autoridades competentes, de medidas de proteção eficazes suscetíveis de lhes permitir continuarem a fazer o seu trabalho num ambiente seguro.

« Este ataque tem consequências terríveis para a independência do jornalismo, não só na sala de imprensa do Lesoto Times mas também para todos os jornalistas no país. Também terá um impacto sobre o direito de cada um para buscar e receber informações », declarou Mwananyanda.

«Não deve haver impunidade para os que que procuram a intimidar a livre expressão pela violência. As autoridades devem agir rapidamente para garantirem a justiça e enviarem uma mensagem clara que tais atos não podem ser tolerados », indignou-se a AI.

Mutungamiri foi detido por difamação em setembro de 2014 por ter relatado a corrução na Polícia mas o seu caso nunca foi levado diante de tribunais.

-0- PANA DJ/VAO/MTA/BEH/SOC/MAR/DD 13julho2016