Agência Panafricana de Notícias

ACNUR preocupado com novos ataques de rebeldes na RDC

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) declarou-se terça-feira vivamente preocupado com a recente deslocação forçada de vários milhares de pessoas na sequência da retomada dos ataques perpetrados pela rebelião do Exército de Resistência do Senhor (LRA, sigla em ingês) na Província Oriental, na República Democrática do Congo (RDC).

Um comunicado transmitido esta quarta-feira à PANA em Nova Iorque nota que, após uma acalmia no segundo trimestre do ano passado, que permitiu à população do norte da província viver em condições de segurança melhoradas, novos ataques contra civis foram registados nas últimas semanas nas localidades de Dungu, Faradje, Watsa, Niangara, Bonde e Ango.

Segundo a porta-voz do ACNUR, Fatoumata Lejeune-Kaba, estes novos ataques afugentaram três mil pessoas.

Desde o início do ano, 20 novos ataques teriam sido perpetrados, resultando na morte de uma pessoa e no rapto de 17 outras.

Segundo informações recolhidas pelo pessoal do ACNUR no terreno, a maioria dos deslocados récem-chegados a Dungu foram antes deslocados pelos ataques do LRA.

A situação humanitária dos deslocados é difícil com os chegados à província e à volta de Dungu a dormirem em abrigos precários e abraços com a falta de água potável e equipamentos sanitários.

Para aliviar os sofrimentos dos deslocados no território de Dungu, o ACNUR distribuiu recentemente tendas de plástico, colchões, cobertores, mosquiteiros e vários utensílios de cozinha a cerca de 200 novos deslocados, disse a porta-voz da agência onusina.

O Programa Alimentar Mundial (PAMA) distribuiu alimentos, ao passo que as Organizações não Governamentais prestaram cuidados médicos e instrumentos agrícolas, mas, segundo Lejeune-Kaba, mais ajuda é necessária.

« De 2006 a 2011, foram no total registados 831 ataques contra civis no norte da Província Oriental. A maioria dos ataques são imputados ao LRA e mais de duas mil pessoas foram mortas e duas mil 832 outras raptadas, das quais mil 109 crianças », acrescentou.

Desde 2008, as atividades do LRA na província deslocaram internamente cerca de 320 mil pessoas.

-0- PANA AA/SEG/NFB/JSG/IBA/FK/IZ 07mar2012